Projeto Guri desenvolve habilidades e potencialidades de jovens por meio da música

Atualmente, são 110 grupos entre orquestras de sopros, big bands e cameratas de cordas e violões

ter, 29/07/2003 - 10h03 | Do Portal do Governo

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado Cultura


Por Marcel Naves

Não é sem razão que o Projeto Guri é tido hoje como importante iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura e uma das ações de maior relevância do Governo do Estado de São Paulo. São 22 mil adolescentes e crianças, entre 8 e 19 anos de idade, empenhados em desenvolver suas habilidades e potencialidades por meio da música.

No total, são 101 pólos organizados nas mais diversas regiões de São Paulo, desde bairros da periferia da Capital até regiões conflituosas como o Pontal do Paranapanema.

A área de atuação desse projeto também parece não ter limites, fazendo-se presente tanto na Fundação para o Bem-Estar Social do Menor (Febem) como em agremiações, assentamentos de sem-terras, favelas e muitas outras comunidades.

‘Ao criar condições para que crianças e jovens possam ingressar no maravilhoso universo dos sons, o Projeto Guri cumpre uma das mais significativas propostas da Secretaria de Estado da Cultura, que é a de estender os benefícios culturais a todos os segmentos da sociedade’, afirma Elizabeth Parro, coordenadora do Projeto Guri.

Frutos no Brasil e exterior

O reconhecimento dos méritos desse trabalho tem rendido frutos tanto no Brasil como no exterior. Em junho de 2000, o projeto recebeu o Prêmio Multicultural Estadão. Em setembro do mesmo ano, participou do Encontro Internacional da Rede Global de Educação para a Paz, realizado na Universidade de Genebra, na Suíça, do qual fizeram parte 21 países.

Em junho do ano passado, duas violinistas do Projeto Guri – Elaine Cristina Mathias de Paula e Duane Egle R. Santos – estiveram em Nova York representando o Brasil na Assembléia Geral das Nações Unidas em favor da infância. Lá, entraram em contato com outros 800 jovens, de 72 países, a quem puderam contar suas experiências no Projeto Guri e a mudança acontecida em suas vidas. No mesmo ano, o projeto marcou presença durante o simpósio internacional Ruídos e Palavras, iniciativa voltada para adolescentes no contexto urbano, realizado em Napóles, na Itália.

Ainda em 2002, as escolas da rede pública de ensino receberam 5 mil CDs gravados pelos integrantes do Projeto Guri, com os hinos Nacional, da Independência e da República. Utilizados no processo de educação e aprendizagem dos alunos, esses CDs serviram para despertar o conceito de cidadania entre milhares de jovens estudantes.

Primeiros tons

O Projeto Guri foi criado em 1995, na Oficina Cultural Amácio Mazzaropi, no bairro do Brás, na zona leste da cidade, por iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura que, na ocasião, tinha como objetivo desenvolver atividades musicais com jovens da comunidade local. A experiência, que contou no início com a participação de apenas 180 crianças, mostrou-se tão positiva que, logo, também foi colocada em prática na unidade Tatuapé, da Febem. Pouco tempo depois, o projeto passaria a ter papel fundamental na reabilitação de jovens infratores.

Atualmente, o Projeto Guri oferece vagas gratuitas e isentas de seleção para o ensino musical de instrumentos de cordas e de sopros, convergindo para a formação de orquestras-escolas. É também responsável pela formação de corais infantis, conjuntos de violões e outros agrupamentos instrumentais. Hoje, são 110 grupos musicais entre orquestras de sopros, cameratas de violões, cameratas de cordas e big bands.

Para assegurar o desenvolvimento do projeto, foi estabelecida parceria entre o Estado e a iniciativa privada, com a criação, em março de 1997, da Sociedade Amigos do Projeto Guri, entidade sem fins lucrativos que dá apoio técnico e financeiro às atividades realizadas nos pólos do projeto em todo o Estado. Dentre as atribuições da sociedade, estão a de captar recursos junto às empresas e conseguir novos parceiros para o Guri.

(LRK)