Projeto Biota-Fapesp permite consulta de plantas e flores na internet

Programa está sendo desenvolvido por uma equipe internacional de pesquisadores

sex, 03/01/2003 - 10h01 | Do Portal do Governo

Os usuários da internet terão, em breve, acesso a uma rede integrada de bancos de dados com informações sobre a classificação e distribuição de espécies de plantas, animais e microorganismos naturais do Estado de São Paulo. A iniciativa contribui com o projeto Biota da Fundação de Amparo à Pesquisa Científica do Estado (Fapesp), responsável pela identificação de variedades e pela definição de estratégias para preservação da biodiversidade local.

O nome do novo sistema ainda não foi definido. Integrará os dados do projeto flora fanerogâmica do Estado de São Paulo, que há nove anos cataloga 7,5 mil espécies de plantas com flores, como os da rede Species Link. Esta inclui 12 coleções de herbários, museus paulistas e dados de vegetais, animais e microorganismos registrados no Sistema de Informação do Programa Biota-Fapesp (SinBiota).

A disponibilidade de informações sobre a biodiversidade nacional na internet não facilita a biopirataria. A forma como o sistema está sendo apresentado permite que o pesquisador controle a informação que pretende pôr na rede.

O SinBiota foi desenvolvido para integrar informações geradas pelos pesquisadores vinculados ao Programa Biota-Fapesp e relacioná-las a uma base cartográfica digital de qualidade. O objetivo é oferecer mecanismos de difusão de informação sobre a biodiversidade paulista entre a comunidade científica, tomadores de decisão, formuladores de políticas ambientais e educadores.

O programa de computador que permitirá as consultas está sendo desenvolvido por uma equipe internacional de pesquisadores. Os brasileiros são do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria). Os estrangeiros são australianos, alemães e das universidades americanas do Kansas e Califórnia.

O Cria é uma sociedade civil sem fins lucrativos que tem como missão disseminar conhecimentos científicos e tecnológicos e promover a educação visando à conservação e à utilização sustentável dos recursos naturais do País. É a instituição responsável pela manutenção do Sistema de Informação Ambiental do Biota (SinBiota).

Integração dos bancos de dados

Interoperabilidade é o conceito que permite integrar dados de diferentes sistemas de informações. É essencial para permitir o acesso do maior número de pesquisadores à maior quantidade possível de informações sobre biodiversidade. Essa idéia surgiu em uma reunião do Grupo de Trabalho de Bancos de Dados Taxonômicos, realizada em 2000, em Frankfurt, na Alemanha. Até aquele momento, cada rede havia desenvolvido um aplicativo próprio para troca de informações. Um exemplo de interoperabilidade é o Jardim Botânico de Nova York, que oferece na internet dados sobre 600 mil exemplares de plantas – de uma coleção de 7 milhões.

O protocolo Digir

O protocolo de comunicação Distributed Generic Information Retrieval (Digir) permite o rastreamento de informações em bancos de dados distintos. Apresenta os resultados ao usuário como se as informações tivessem origem numa base de dados única.

O Digir será a ferramenta utilizada na integração virtual das redes paulistas com as estrangeiras. Os pesquisadores do Cria terão acesso a outras redes de bancos de dados sobre biodiversidade existentes na América do Norte (Species Analyst), na Europa (European Natural History Specimen Information Network) e na Austrália (Australia’s Virtual Herbarium).

Segundo o pesquisador Vanderlei Perez Canhos, diretor presidente do Cria, o Digir é forte candidato a ser adotado como o protocolo que fará a integração dos sistemas de informação de uma iniciativa multinacional muito mais ambiciosa: a Global Biodiversity Information Facility (GBIF).

Serviço
Revista Fapesp
www.revistapesquisa.fapesp.br
Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria)
www.cria.org.br

Da Agência Imprensa Oficial
(Fonte: Revista Fapesp, edição no 82)


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