O programa Escola da Família, que abre as escolas estaduais nos fins de semana para a comunidade participar de atividade esportivas, culturais e de lazer, será estendido às escolas da rede municipal. O anúncio foi feito nesta terça-feira, dia 23, pelo governador Geraldo Alckmin durante a cerimônia de abertura do 2º Congresso do Programa Escola da Família, no Palácio das Convenções do Anhembi.
Para que o programa comece a funcionar, Alckmin liberou R$ 48 milhões, destinados ao custeio de 15 mil bolsas de estudos em cursos superiores, no valor unitário mensal de R$ 267,00, a alunos universitários que atuarão como educadores nas escolas abertas nos fins de semana. Para participar do Programa, o universitário deve ser oriundo de escola pública.
De acordo com a coordenadora executiva do Escola da Família, Cristina Cordeiro, 372 prefeituras já manifestaram interesse na implantação do programa na rede municipal, entre elas a capital. Ela informou que durante o mês de setembro será feita a seleção dos educadores universitários e, no mês de outubro, eles devem iniciar as atividades nas escolas desses municípios.
No evento, o Programa Escola da Família também recebeu um prêmio internacional pela experiência de inclusão digital envolvendo a comunidade. O Prêmio Interamericano de Responsabilidade Social, na área de inclusão digital, foi dado ao Governo paulista pelo Instituto de Estudo Avançados da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Segundo Cristina Cordeiro, desde o início do Escola da Família, em agosto de 2003, foram registradas 2,6 milhões de participações em atividades de informática oferecidas à comunidade nos fins de semana por 1699 escolas.
Congresso
O 2º Congresso do Programa Escola da Família, com o tema “Reinventando a Escola – A Escola Além da Sala de Aula”, começou nesta terça-feira, dia 24, e vai até amanhã.
A expectativa é que mais de 2.000 pessoas participem do Congresso, entre educadores, especialistas e interessados no tema Educação. O evento conta com conferências do secretário estadual da Educação, Gabriel Chalita, e de profissionais de diferentes áreas, como a filósofa Márcia Tiburi, o jornalista Gilberto Dimenstein e o professor José Manuel Moran. Também haverá apresentações de experiências bem sucedidas nas áreas de esporte, cultura, qualificação para o trabalho e saúde, pelas 89 Diretorias de Ensino do Estado.
Neste primeiro dia de congresso foram apresentados dados preliminares de uma pesquisa sobre o Programa que está sendo realizada pela Fundação Seade. Os resultados finais serão apresentados em abril de 2006. O estudo trará detalhes do perfil analítico do Programa Escola da Família e o impacto social da abertura das 5.306 escolas estaduais nos fins de semana.
A pesquisa, nesta primeira fase, aponta número geral de participações e a distribuição média nos quatro eixos de atividades do programa: esporte, cultura, qualificação para o trabalho e saúde.
De acordo com a gerente de análise socioeconômica do Seade, Sônia Mahas de Carvalho, que está coordenando a avaliação do Escola da Família, os dados preliminares dão conta que o Escola da Família atinge todos os segmentos sociais e que as atividades mais procuradas são as esportivas, seguidas das culturais. Outro indicativo é que nas escolas que ficam em áreas de maior vulnerabilidade social, o número médio de participação no programa é cerca de duas vezes maior do que nas áreas de nenhuma vulnerabilidade social.
O Programa Escola da Família em números
Implantado em agosto de 2003, o programa mobiliza educadores, professores, universitários e voluntários. Confira os números do Escola da Família:
· 5.306 escolas abertas nos fins de semana
· 5.306 educadores profissionais
· 5.306 diretores ou vice-diretores
· Mais de 30.000 educadores universitários bolsistas
· Cerca de 40.000 voluntários
· 89 supervisores de ensino
· 89 assistentes técnico-pedagógicos
· 315 coordenadores de área
· 89 dirigentes regionais de ensino
· Mais de 140 milhões de atendimentos em dois anos
Segundo estudos da Secretaria da Educação, o Programa promove a redução em índices de violência dentro e fora da escola. Veja a tabela abaixo:
Ocorrências nas escolas
|
Redução
|
Contra a pessoa e o patrimônio |
39,5%
|
Agressões físicas |
46,5%
|
Porte de drogas |
81%
|
Depredações |
34,6%
|
Pichações |
35,3%
|
Invasões |
37,2%
|
Furtos |
45,5%
|
Porte ilegal de arma |
38,1%
|
Cínthia Cury