Programa de Padarias Artesanais e Geração de Renda resgatam auto-estima das pessoas

Fussesp implantou mais de 4,5 mil Padarias Artesanais e repassou R$ 8 mil para mais de 400 municípios incrementarem programas de Geração de Renda

qua, 31/03/2004 - 16h25 | Do Portal do Governo


O Programa de Padarias Artesanais, que hoje conta com mais de 4,5 mil unidades implantadas, e o Programa de Geração de Renda, que já fez repasses de R$ 8 mil para mais de 400 Fundos Sociais de Solidariedade Municipais em todo o Estado, foram desenvolvidos pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp) com o objetivo de proporcionar renda para as famílias e, no caso das padarias, alimentação de qualidade.

Nesta quarta-feira, dia 31, a presidente do Fussesp, Lu Alckmin, recebeu em almoço, no Palácio dos Bandeirantes, as presidentes dos Fundos Sociais de Solidariedade Municipais da região de Ribeirão Preto. No encontro, que tem o objetivo de estreitar ainda mais os laços do Fundo Social de Solidariedade Estadual com os municipais, foram relatados diversos casos de sucesso.

Na opinião de Lu Alckmin, os programas superaram as expectativas. Eles transformaram em negócios, viraram cooperativas, buffês ou microempresas e são responsáveis pela manutenção de muitas famílias. Além disso, interagem com diversos outros programas desenvolvidos pelo Estado, como o Banco do Povo Paulista e o Pró-Lar, conquistando o status de Programa do Governo do Estado. Outro aspecto destacado pela presidente do Fussesp é o resgate da auto-estima. “Mais importante que a geração de emprego e renda e a capacitação da população, é o resgate da auto-estima, da dignidade. As pessoas descobrem que são capazes. É um meio de ensinar a fazer, em vez de apenas doar”, disse.

No encontro, ela ouviu relatos como o da presidente do Fundo Social do Município de Gavião Peixoto, Eliana Maria de Barros. “Tínhamos um caso de uma mulher extremamente deprimida, que mal conseguia trabalhar na colheita da laranja. Ela passou por um curso de capacitação na Padaria Artesanal e, aos poucos, começou a vender nas ruas os pães que produzia. Agora, ela foi convidada a produzir para a cantina da escola e se sustenta com o que ganha fabricando pães. Ela nunca mais voltou ao posto de saúde”, contou.

Outra experiência destacada foi a do município de Cravinhos, contada pela presidente do Fundo Social de Solidariedade, Andrea Gaspar Carrascosa, que recebeu sete kits de Padarias Artesanais e promove a capacitação de mulheres carentes no município. “Quando percebemos que a pessoa tem potencial, encaminhamos para outros programas, como o Banco do Povo Paulista, para que possam constituir o próprio negócio”, explica.

No município de Boa Esperança do Sul, a história de sucesso veio do programa de Geração de Renda. A presidente do Fundo de Solidariedade, Magali Aparecida Benassi Ferrari recebeu, em fevereiro, R$ 8 mil do Fussesp para desenvolver um projeto para gerar renda para a população carente. Ela optou pela ampliação para os adultos de um programa que já dá certo com adolescentes e está implantando uma marcenaria.

Laurinete Montanher, de Ribeirão Corrente, exibia com orgulho as fotos do ‘Pesponto de Calçados’, que teve a sede construída pela prefeitura e o maquinário adquirido com o dinheiro do Geração de Renda. “Compramos cinco máquinas e as pessoas estão passando por capacitação e, ao mesmo tempo, produzindo para uma fábrica de calçados de Franca, a cidade vizinha”, disse. Ela também contou que duas ex-donas de casa passaram pela capacitação, alugaram o maquinário e estão trabalhando em casa. Cada uma delas chega a ganhar R$ 500,00 no mês. À noite, o espaço funciona como capacitação para adolescentes.

Os kits de Padaria Artesanal são comprados pela iniciativa privada e doados, pelo Fussesp, a fundos sociais municipais do Interior e favelas e entidades assistenciais da Capital. “Esse programa não usa dinheiro do Estado”, ressaltou a presidente do Fundo Social de Solidariedade.

Já os recursos repassados para os fundos municipais para o Geração de Renda são provenientes de doações e inservíveis do Estado, como aparas de papel, cartuchos vazios de impressoras e outros produtos que seriam descartados, que são leiloados e revertidos em programas sociais do Fussesp.

Cíntia Cury