Foi realizada, no Ginásio do Ibirapuera, a formatura de três mil professores estaduais que lecionam na Capital e na Grande São Paulo.
O Lien Ch’i é uma técnica oriental de meditação – originária da arte marcial do kung fu – baseada em exercícios físicos.
Foi realizada, no Ginásio do Ibirapuera, a formatura de três mil professores estaduais que lecionam na Capital e na Grande São Paulo.
Simpatizante da filosofia oriental, o governador Geraldo Alckmin comentou que os exercícios vão ajudar a diminuir a violência nas escolas e também contribuirão para afastar os alunos das drogas, além de proporcionar uma melhora no convívio social.
A partir deste mês, os alunos da rede pública estadual da Capital e da Grande São Paulo terão uma nova atividade nas aulas de educação física: técnica terapêutica da Medicina Chinesa. Semelhante ao tai-chi-chuan, os exercícios trabalham o equilíbrio entre a mente e o corpo. A proposta visa diminuir o estresse diário dos jovens, melhorando sua concentração nas atividades escolares. Para colocar a atividade em prática, três mil professores da rede, que foram capacitados pela equipe do dr. Jou Eel Jia, presidente da Associação de Medicina Chinesa do Brasil, formaram-se nesta quinta-feira, dia 18. A cerimônia foi realizada no Ginásio do Ibirapuera, com a participação do governador Geraldo Alckmin e da presidente do Fundo Social de Solidariedade do Estado (Fussesp), Lu Alckmin, madrinha da turma.
Os professores treinaram os oito movimentos do Lien Ch’i, técnica oriental de meditação originária do Kung Fu, que simula o comportamento da natureza e de animais sagrados da China, e trabalham a consciência e a percepção. Inicialmente, a técnica será aplicada nos grandes centros urbanos, onde o nível de estresse é maior. Depois, será levada para os professores da rede no Interior do Estado, podendo também ser estendida aos docentes de outras áreas, e no programa Escola da Família.
Ao inserir este tipo de exercícios na rede estadual, o Governo moderniza a didática de ensino e rompe preconceitos. “Esta é uma conquista importante. Vai ajudar a diminuir o stress do aluno, a violência, afastando-os das drogas e contribuindo para melhorar o convívio social”, ressaltou Alckmin, acrescentando que o ensino nas escolas não devem apenas ater-se às matérias tradicionais. “O Lien Ch’i trabalha com conceitos holísticos, com a saúde física e mental, o que vai ajudar no aprendizado do aluno, agregando novos conceitos de cultura à sua educação”.
Jou Eel Jia destacou o pioneirismo do governador em promover a disseminação deste conhecimento ao maior número de pessoas, independentemente do nível social. “O governador Alckmin e o secretário da Educação, Gabriel Chalita, não têm preconceitos. Graças a esta sensibilidade, é possível repassar este conhecimento aos estudantes”.
Trabalhando na rede pública há 20 anos, o professor de educação física, Oberdan Catelli, 40 anos, já sentiu uma melhora no comportamento dos alunos, desde quando iniciou os exercícios, em Guarulhos. “Eles estão mais tranqüilos. No começo, houve uma resistência, principalmente dos alunos do Ensino Médio, mas depois viram que a atividade é séria”, comentou Catelli, observando que os jovens de hoje perderam as noções de importantes valores e com a técnica chinesa acredita que serão recuperados.
Quanto à aplicação dos exercícios no programa Escola da Família, o secretário Chalita afirmou que vai ajudar a estreitar ainda mais a relação pais e filhos. “Vivemos num mundo tumultuado, com grandes turbulências. As pessoas são muito estressadas e à medida que a gente tem instrumentos para levá-las a refletirem sobre si e a paz que podem desenvolver, a relação familiar melhora e a comunidade também. Com isto, a escola vem cumprindo seu papel transformador na sociedade”, avaliou.
Durante a cerimônia, Alckmin foi elogiado por ter inserido a volta das aulas de educação física e artística aos alunos do Ensino Fundamental (1ª a 4ª séries). Sobre este assunto, o secretário Chalita disse que as escolas não devem se preocupar apenas com matérias básicas como matemática, português, química. “Havia um preconceito com os cursos de educação física e artística e com questões orientais. Hoje, estamos quebrando este preconceito. Mostrando que é de fundamental importância desenvolver no aluno sua percepção de mundo, fazendo com que tenham mais serenidade. Isto vai ajudar na auto-estima, tanto dos alunos quanto dos professores”.
Valéria Cintra
