Proerd forma mais 10.700 crianças em curso de prevenção às drogas

Além de aprender a dizer não às drogas, alunos se tornam agentes de prevenção, levando o debate para casa e para os colegas

qua, 18/06/2003 - 17h10 | Do Portal do Governo


Além de aprender a dizer não às drogas, alunos se tornam agentes de prevenção, levando o debate para casa e para os colegas

Se todos os jovens tivessem informações sobre os prejuízos causados pelas drogas, a maioria não iria se envolver com elas. É nisso que apostam os coordenadores do Programa Educacional de Prevenção às Drogas e à Violência (Proerd), vinculado à Polícia Militar (PM) do Estado de São Paulo. Com atividades educacionais e culturais, eles orientam os estudantes de escolas públicas e particulares a se manterem afastados das drogas e, por conseqüência, ajudam a formar agentes de prevenção. Nesta quarta-feira, dia 18, mais 10.700 alunos receberam seus certificados do Programa.

Um dos diferenciais do Proerd é que o público alvo são alunos da 4ª série do ensino fundamental, que costumam ter em média 10 ou 11 anos de idade. É nessa faixa etária que muitas crianças têm o primeiro contato com drogas, pois começam a sofrer uma influência mais direta do meio social. A 4ª série também é o último ano em que os estudantes possuem apenas um professor, que muitas vezes é considerado um amigo e conselheiro. A partir da 5ª série, o sistema educacional é bastante diferente do que o aluno estava acostumado.

A tenente PM Adriana Nogueira, que já foi uma das orientadoras do Proerd e hoje treina os policiais militares que atuam nas escolas, explica que há inúmeros motivos para trabalhar com a 4ª série. “É uma fase onde as crianças se socializam mais e pegam mais informações. Elas têm contato com muitos exemplos, que podem lhe influenciar positiva ou negativamente”, disse.

Valorizar a auto-estima e a auto-confiança das crianças e ensiná-las a resistir a muitas informações da mídia são algumas das noções passadas durante o curso do Proerd. O sucesso entre as crianças é tão grande que o Programa está ajudando a mudar a imagem do policial militar. Eles são vistos como heróis pela garotada, que espera com ansiedade o dia da semana em que o curso é dado na escola.

O aluno Francisco Carmo, 10 anos, foi enfático ao criticar qualquer tipo de droga. “Quem usa, acaba ficando mal com a própria família. Se eles soubessem tudo o que poderia lhe acontecer no futuro, não usariam”, alertou. Ele estuda na escola Máximo de Moura Santos, localizada na Zona Leste da Capital, onde Lourdes de Oliveira é diretora há dois anos. “Na época em que eu entrei foi implantado o Proerd. É um trabalho muito sério, feito com o apoio dos pais e dos professores e que já está mostrando resultados. A postura das crianças muda e eles levam os conceitos aprendidos para dentro das suas casas”, afirmou a diretora.

Formatura

Uma grande festa marcou a formatura de 10.700 alunos do Proerd, no Ginásio do Ibirapuera. São estudantes de 50 escolas das Zonas Sul e Leste da Capital, sendo 48 colégios públicos e 2 particulares. A presidente do Fundo Social de Solidariedade do Estado (Fussesp), Maria Lúcia Alckmin, participou da comemoração e elogiou o Programa. “Hoje, eu estou falando como mãe. Todos os pais aqui presentes estão orgulhosos, pois estas crianças estão levando para a vida tudo o que aprenderam”, destacou, acrescentando que somente com educação e informação as crianças poderão crescer com condições de melhorar o futuro do País.

Desde 1999, quando o Proerd começou a ter mais apoio e a crescer, foram formadas 1,1 milhão de crianças em escolas de todo o Estado, com prioridade para colégios públicos. Atualmente, 600 policiais fazem o trabalho dentro das unidades de ensino. Eles são capacitados para trabalhar com os jovens e contam com o apoio de uma cartilha que apresenta os ensinamentos.

O secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, ressaltou que o trabalho é feito sem abordar a questão das drogas pelo lado do medo. “A política do medo não funciona, pois pode estimular a curiosidade. Além disso, drogas como as sintéticas, consumidas por meio de pílulas, que parecem inofensivas, dão o destemor do consumo”, analisou.

Para o secretário da Educação, Gabriel Chalita, o Proerd é uma iniciativa muito produtiva, pois os jovens precisam de bons referenciais. Ele informou que só no primeiro semestre deste ano o Programa irá formar 180 mil jovens em todo o Estado. Chalita também elogiou o Programa de Segurança nas Escolas, criado no ano passado pelo Governo do Estado. “Em menos de um ano, reduzimos 80% o índice de violência dentro das escolas”, anunciou.

Rogério Vaquero