Safra de 2001 foi 12% maior que a do ano anterior e passa de R$ 16 bilhões
Os produtores rurais paulistas colheram, no ano passado, uma safra só 0,58% fisicamente superior à do ano anterior, mas 12,2% maior em valor. Somou R$ 16,48 bilhões a produção da agropecuária paulista em 2001, segundo revela estimativa recém-concluída pelo Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo (IEA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Esse número mantém São Paulo no primeiro lugar entre os estados brasileiros em termos de valor da produção agropecuária, seguido por Paraná e Minas Gerais.
Preços favoráveis no mercado externo e desvalorização acentuada do real em relação ao dólar durante 2001 significaram ganhos maiores principalmente para produtos de exportação, como a cana-de-açúcar, a laranja e a carne de frango. Exceção importante foi o café, que há anos enfrenta baixa nos mercados internacionais.
No ano passado foram menores as colheitas de quase todos os principais grupos de produtos de origem vegetal, exceto grãos e fibras. Mau tempo também afetou algumas culturas, como as de café e laranja: o café, por causa da geada; a laranja, por causa da seca.
A baixa de preços internacionais do café nos últimos anos também desestimulou o trato cultural e o plantio, com reflexos na colheita. A safra de cana-de-açúcar também foi menor que as anteriores, em conseqüência dos preços baixos em 1999, que reduziu os plantio seguintes.
A demanda por grãos favoreceu os preços, principalmente de soja, aumentando a oferta (24,35%). A situação foi semelhante para carnes e os produtos de origem animal tiveram aumento, ainda que em menor intensidade (1,68%).
Em quase todos os setores, porém, em 2001 houve alta de preços recebidos, exceto os de grãos e fibras (queda de 12,86%). A variação de preços foi maior para os setores de frutas (30,33%), verduras e legumes (23,47%). Os preços das matérias-primas industriais subiram 16,48% e os dos produtos de origem animal cresceram 4,02%.
No ranking da agropecuária paulista, a cana-de-açúcar continua no primeiro lugar, significando quase um terço do total (30,94%). A carne bovina é o segundo produto mais importante da economia rural (16,23%) e a laranja (fruta e suco de exportação), o terceiro (11,95%).
A avicultura vem em seguida, com a carne de frango significando 6,27% da renda rural e a produção de ovos, 4,61%. Soja (2,61%), café (1,98%), algodão (0,67%) e trigo (0,08%) têm pequena expressão no total da produção agropecuária quando se considera, como no estudo do IEA, apenas ao valor do produto dentro da porteira.
Esses produtos assumem, entretanto, expressão muito maior quando se considera a agroindústria, pois concentram-se em São Paulo as principais indústrias processadoras de matérias-primas de origem rural, como a de óleos vegetais, a têxtil e a de torrefação de café. Estas indústrias, como a frigorífica, também recebem produto de outros Estados, para ser transformado aqui, ampliando o valor agregado do agronegócio.
O estudo do IEA, que mostra tendência de crescimento no valor da produção agropecuária paulista, desde 1995 até 2001, está disponível no site: www.iea.sp.gov.br/fvalprod.htm
Cecilia Zioni
