A Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Governo do Estado de São Paulo, pesquisou em dez instituições financeiras, nos dias 4 e 5 de agosto, a taxa de juros de empréstimo pessoal e cheque especial para pessoa física. Os bancos que fizeram parte do levantamento foram HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real e Unibanco.
Empréstimo pessoal
A taxa média dos bancos pesquisados foi de 5,44% a.m., superior à do mês anterior, que foi de 5,43% a.m., significando um acréscimo de 0,01 ponto percentual.
As altas verificadas nas taxas de empréstimo pessoal foram:
Caixa Econômica Federal – alterou de 5,15% para 5,28% a.m., o que significa um acréscimo de 0,13 ponto percentual, representando uma variação positiva de 2,52% em relação à taxa de julho;
Santander – alterou de 5,75% para 5,80% a.m., o que significa um acréscimo de 0,05 ponto percentual, representando uma variação positiva de 0,87% em relação à taxa de julho.
A única queda constatada foi na taxa de empréstimo pessoal do HSBC, que alterou a taxa de 5,12% para 5,10% a.m., o que significa um decréscimo de 0,02 ponto percentual e representa uma variação negativa de 0,39% em relação à taxa de julho.
Cheque especial
A taxa média dos bancos pesquisados foi de 8,29% a.m. Não houve quaisquer alterações em relação às taxas praticadas em julho.
Considerando que existe a possibilidade de variação da taxa do empréstimo pessoal em função do prazo do contrato, foi estipulado o período de 12 meses, já que todos os bancos pesquisados trabalham com este prazo. Vale lembrar, também, que os dados coletados referem-se a taxas máximas pré-fixadas para clientes não preferenciais, sendo que para o cheque especial foi considerado o período de 30 dias.
A taxa média do cheque especial não variou este mês e a do empréstimo pessoal apresentou pequena elevação, ficando praticamente estável. Repetindo o que ocorreu no mês passado, dos dez bancos pesquisados, dois elevaram suas taxas no empréstimo pessoal, sendo que apenas um reduziu.
Na reunião de julho, o COPOM (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 19,75% ao ano, pelo segundo mês consecutivo.
As autoridades monetárias continuam cautelosas, apesar da forte desaceleração dos índices de inflação nas últimas semanas. A projeção do mercado ainda está acima da meta de inflação perseguida pelo Banco Central.
O Brasil tem hoje o maior juro real do mundo, no entanto, dados do Banco Central mostram que o crédito está em expansão. Dentre todas as linhas de financiamento do mercado formal, a que mais cresceu nos últimos doze meses foi o crédito consignado.
O aumento do crédito, entretanto, não vem acompanhado do aumento da renda e esse fato potencializa o risco de inadimplência. Segundo dados colhidos pela Sondagem de Expectativa do Consumidor, da FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgado no início de julho, o número de famílias que têm fechado o mês “no vermelho” cresceu desde o início do ano.
Apesar de pagar altas taxas, o brasileiro não deixou de usar o cheque especial, ao contrário, tem usado muito. A impulsividade na hora de consumir, a falta de conhecimento em relação às taxas praticadas e a facilidade de contratação levam o consumidor a fazer do cheque especial seu segundo salário.
Os empréstimos, de qualquer natureza, devem ser analisados com muito critério e bom senso.
Assessoria de Imprensa da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania
J.C.