Procon-SP: Taxa de empréstimo pessoal apresenta leve queda e cheque especial se mantém estável

Consumidor deve ser bastante cauteloso ao contratar um financiamento ou um empréstimo pessoal

qua, 16/06/2004 - 20h34 | Do Portal do Governo

A Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, realizou em dez instituições financeiras, entre os dias 3 e 4 de junho, pesquisa de taxas de juros e cheque especial para pessoa física. Os bancos pesquisados foram HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real e Unibanco.

Os juros bancários apresentaram pequenas variações negativas nas taxas médias deste mês. Das dez instituições pesquisadas, duas reduziram suas taxas de empréstimo pessoal, sete mantiveram os valores e apenas uma aumentou a taxa. No cheque especial, não houve nenhuma mudança em relação ao mês anterior.

O Procon-SP constatou um decréscimo de 0,02 pontos percentuais em relação ao mês de maio para as taxas médias de empréstimo pessoal, que ficou em 5,27% ao mês. A taxa anual equivalente para este tipo de empréstimo, ao ano, está em 85,31%.

A taxa de cheque especial para o sexto mês de 2004 ficou em 8% ao mês, valor igual ao do mês de maio. No ano, a taxa equivalente é de 151,93%.

Considerando que existe a possibilidade de variação da taxa do empréstimo pessoal em função do prazo do contrato, foi estipulado o período de 12 meses, já que todos os bancos pesquisados trabalham com este prazo.

Vale lembrar que os dados coletados referem-se a taxas máximas pré-fixadas para clientes não preferenciais, sendo que para o cheque especial foi considerado o período de 30 dias.

Empréstimo Pessoal

A taxa média dos bancos pesquisados foi de 5,28% ao mês, inferior à do mês anterior, que foi de 5,30% ao mês, significando um decréscimo de 0,02 pontos percentuais.

A tendência do mercado financeiro é de manutenção das taxas de juros, até que se definam os rumos da política monetária. O Comitê de Política Monetária (Copom), na reunião de maio, decidiu manter a taxa Selic em 16% ao ano, interrompendo o processo de redução gradual da taxa básica de juros. Esta é a segunda vez, desde junho de 2003, que o processo de redução dos juros é suspenso por motivos conjunturais. Mais do que os indicadores internos, pesou para essa decisão o cenário internacional, caracterizado pelas expectativas em torno da alta dos juros norte-americanos e pelo aumento dos preços do petróleo.

O fato é que os juros continuam muito altos, colocando o Brasil entre os primeiros colocados no ranking dos juros reais. A retração do crédito é agravada, ainda, pela perda do poder aquisitivo da população. Uma pesquisa recente intitulada Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), revelou que a situação econômica dos consumidores se agrava na Grande São Paulo, onde uma parcela crescente da renda é destinada à cobertura de dívidas. Com isso, aumentam também os atrasos nos pagamentos.

O consumidor deve ser bastante cauteloso ao contratar um financiamento ou um empréstimo pessoal. Deve sempre avaliar a real necessidade da contratação desse tipo de serviço. O consumidor deve, também, pesquisar taxas e condições contratuais. Atualmente existem linhas especiais de crédito, com desconto em folha de pagamento, que beneficiam aposentados e pensionistas. Os juros nessa modalidade são mais baixos do que os convencionais. Por fim, o consumidor tem que analisar sua capacidade real de pagamento, lembrando que em caso de não pagamento, seus dados poderão ser incluídos nos cadastros dos Serviços de Proteção ao Crédito, causando inúmeros transtornos.