Principais trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta sexta-feira,

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sex, 31/08/2001 - 15h33 | Do Portal do Governo

Seqüestro

Repórter – Governador, foi necessária sua ida ontem à casa do Sílvio Santos?

Alckmin – De manhã, quando eu tomei conhecimento do seqüestro, estava indo à Jundiaí com o secretário da Segurança Pública, Marco Vinício Petrelluzzi, exatamente para participar de um seminário sobre segurança e o município. Então, recomendei ao secretário de Segurança Pública que permanecesse em São Paulo.

Eu iria cumprir minha agenda no Interior e ele me manteria informado pelo telefone. Fui a Jundiaí, participei da abertura do seminário, fiz o pronunciamento e estava me dirigindo para o segundo evento, a inauguração de um Centro de Suprimentos do Grupo Sadia, que gerou centenas de empregos em Jundiaí, quando o secretário Petrelluzzi me telefonou, dizendo: ‘Olha, o seqüestrado, empresário Sílvio Santos, falou comigo e insiste muito na sua presença. Ele acha que sua presença poderia ajudar na solução do problema’. Eu respondi que a polícia precisava avaliar se isso ajudaria ou não.

Então, o Marcos Vinício disse: ‘Eu sugiro que você volte a São Paulo e a gente avalia.’ Foi exatamente o que eu fiz. Cancelei a minha agenda, retornei a São Paulo, fui direto para o meu gabinete e ficamos aguardando a evolução dos fatos até que num determinado momento, isso já há mais de sete horas de seqüestro, a avaliação foi no sentido de que a minha ida à casa de Silvio Santos poderia ajudar. Aí nós nos dirigimos ao local.

É importante destacar que nós não fizemos nenhuma negociação. A negociação toda foi conduzida pelo capitão Luca, aliás conduzida com absoluta maestria, extremo profissionalismo. O seqüestrador não falou absolutamente nada. Nunca ouvi a voz dele. O empresário Sílvio Santos, que é um bom comunicador, dominou a situação e foi conversando. Eu apenas disse ‘olha, estou aqui, estou presente, estou ao lado, e nós asseguramos a integridade física, a vida do seqüestrador e quem vai conduzir todo o processo é o capitão Lucca’.

Repórter – Governador, isso poderia criar precedente. O senhor acredita que possa participar novamente de uma negociação dessa, envolvendo uma outra pessoa sem tanto dinheiro, como o Sílvio Santos?

Alckmin – Na realidade, esse foi um caso absolutamente inusitado. Eu não conheço nada parecido no mundo. A avaliação da polícia foi de que isso poderia colaborar. Eu particularmente prefiro errar pela ação do que pela omissão. E tanto a decisão foi acertada que em 15 minutos o problema foi resolvido: o criminoso na cadeia e o refém liberto com absoluta integridade física.
Cada caso é um caso. Eu nunca fui chamado para isso. Aliás, eu não iria se não fosse solicitado. Aliás, também não iria se não fosse solicitado e se a polícia não entendesse que isso ía colaborar. E tanto a atitude acabou ajudando que, em 15 minutos, resolveu.