Primeira etapa do Rodoanel é entregue na Capital

Obra interliga as rodovias Anhanguera, Bandeirantes e Estrada Velha de Campinas, reduzindo congestionamentos na Zona Oeste e facilitando o transporte

dom, 23/12/2001 - 12h50 | Do Portal do Governo


Uma obra que vai melhorar o dia-a-dia dos moradores da Zona Oeste da Capital foi entregue neste domingo, dia 23. O primeiro lote do trecho oeste do Rodoanel Mário Covas vai reduzir intensamente o congestionamento de veículos nas proximidades das rodovias Anhanguera, Bandeirantes e Estrada Velha de Campinas (Avenida Raimundo Pereira de Magalhães).

Um dos principais problemas encontrados pela população da região oeste paulistana é o trânsito caótico, causado, sobretudo, pelo excesso de caminhões que passam por dentro da cidade, ao se deslocarem de uma estrada para outra.

Com o Rodoanel, as rodovias que chegam em São Paulo estão sendo interligadas numa distância de 20 a 40 quilômetros do Centro. O governador Geraldo Alckmin explicou, durante a inauguração, que a idéia é evitar que os motoristas utilizem as vias internas da cidade de São Paulo, ao transportarem cargas de outros Estados. “Hoje, um caminhão que sai de Pernambuco com destino a Porto Alegre, ao chegar em São Paulo, precisa atravessar toda a marginal Tietê, marginal Pinheiros, rua Alvarenga, bairro do Butantã e avenida Francisco Morato até pegar a Régis Bittencourt”, disse.

Todo este trajeto será evitado quando o trecho oeste for concluído, no primeiro semestre de 2002. Até o mês de março será possível inaugurar a interligação das Rodovias Régis Bittencourt e Raposo Tavares e a previsão é incluir a Castello Branco até maio do próximo ano.

Com o primeiro lote entregue hoje, além da Zona Oeste da Capital, estão sendo diretamente beneficiados os municípios das Regiões Metropolitana e de Campinas.

A construção do Rodoanel começou pela Zona Oeste, por ser a mais carente do sistema viário perimetral. “O custo benefício aqui é muito grande, porque das dez auto-estradas que chegam em São Paulo, cinco estão aqui no setor oeste da cidade”, analisou Alckmin. Neste trecho, foram investidos R$ 1,2 bilhão, com recursos do Governo do Estado e da União.

Projeto completo

O projeto completo do Rodoanel envolve investimentos de R$ 6,7 bilhões, incluindo os reassentamentos, desapropriações, obras complementares e compensatórias. O objetivo é fazer a interseção das 10 rodovias que passam pela cidade: Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Anhanguera, Castello Branco, Bandeirantes, Fernão Dias, Dutra, Ayrton Senna, Anchieta e Imigrantes.

Para isso, também estão sendo implantados os trechos sul, norte e leste. O trecho sul será iniciado em 2002, com término previsto para 2005. Já os trechos norte e leste devem começar em 2004 para serem finalizados em 2007.

A obra final tem extensão aproximada de 170 quilômetros e conta com três túneis; duas pistas, com quatro faixas de rolamento em cada sentido; seis pontes; 60 viadutos; e sete trevos. Também serão construídos dois piscinões, para conter enchentes na região oeste da Grande São Paulo.

Para o secretário dos Transportes, Michael Paul Zeitlin, é uma página importantíssima na história do Brasil que está sendo escrita. “É uma obra complexa, que além de melhorar o transporte nacional vai ajudar o meio ambiente, a contenção de enchentes e possibilitar o assentamento de 2.000 famílias”, analisou.

Alckmin lembrou que a maior causa de poluição no município de São Paulo é o monóxido de carbono, causado pelo excesso de veículos e caminhões. “São Paulo é uma das cidades mais motorizadas do mundo, sendo que para cada duas pessoas existe um veículo em circulação. O Rodoanel terá um impacto positivo para o meio ambiente, reduzindo a poluição dentro da cidade”, frisou.

Obra nacional

O Rodoanel é a maior obra viária que está sendo realizada no Brasil. O empreendimento irá beneficiar não só o Estado de São, mas todo o país, facilitando o fluxo de cargas que seguem para os países integrantes do Mercosul e o Porto de Santos. A medida vai ajudar a reduzir o custo das exportações, contribuindo diretamente para incentivar a economia nacional.

Com a obra, os proprietários de ônibus e automóveis também irão economizar tempo e combustível, ajudando a reduzir o custo Brasil. Atualmente, o tráfego desordenado provoca um desperdício anual de 1,7 milhão de horas em congestionamentos e de 1,5 bilhão em litros de combustível.

A atração de empresas nas margens das pistas é outra forma de desenvolvimento econômico ligada à obra. Antes mesmo da inauguração, o Rodoanel já havia entrado na rota industrial e comercial. “Isso vai possibilitar a geração de emprego e renda nas cidades por onde o Rodoanel passar, ajudando a revitalizar a Região Metropolitana”, disse Alckmin. As empresas instaladas vão desde restaurantes a centros de distribuição de grandes empresas como Carrefour, Pão de Açúcar e Panamco. Também abrigará a maior engarrafadora da Coca Cola no País.

Rogério Vaquero