Prevenção de Incêndio: Programa piloto evita fogo em favelas

Projeto foi financiado pelo IPT e teve o apoio das empresas privadas

qui, 10/07/2003 - 13h12 | Do Portal do Governo

Da Agência Fapesp


Por Thiago Romero

Três recentes princípios de incêndio na Vila Dalva, no bairro do Butantã, zona oeste de São Paulo, foram controlados rapidamente graças à implantação de um programa piloto de prevenção baseado na realização de cursos de formação de brigadistas de combate ao fogo entre os moradores do bairro.

Pouco após o encerramento das aulas da primeira turma, em junho, os 61 alunos puderam por em prática o que aprenderam no curso “Treinamento e Formação da Brigada de Incêndio”, ministrado por um grupo formado por instrutores do Corpo de Bombeiros, Ultragás, Defesa Civil Municipal, Grupamento de Resgate Civil, Associação dos fabricantes de equipamentos de incêndio (Abiex) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

No decorrer do curso, os alunos receberam noções de primeiros socorros, providências em caso de vazamento de gás, prevenção e combate a incêndio. Na última das seis aulas, realizada no Campo de Extinção de Incêndio do IPT, os alunos brigadistas foram treinados em situações práticas durante um dia inteiro, em simulações de fogo provocado em dois barracos de madeira.

O projeto foi financiado pelo IPT e teve o apoio das empresas privadas. Cada um dos alunos recebeu equipamentos como extintores de incêndio, capa com tecido anti-chama, botas, luvas, capacete e óculos, que já puderam utilizar nas primeiras experiências reais vividas após o curso.

“Em um curto espaço de tempo, percebemos que a população se mobilizou para combater esses casos de incêndio na Vila Dalva. Os alunos estão agindo, já que eles foram treinados para atuar rapidamente antes da chegada do corpo de bombeiros. É gratificante pois o curso está surtindo resultados positivos”, afirma o pesquisador da área de segurança ao fogo do IPT, José Carlos Tomina, que coordenou o treinamento, em entrevista à Agência FAPESP.

“Agora queremos fechar parceria com a prefeitura para ampliar este formato para outras regiões da cidade de São Paulo, onde existem 2.018 favelas. A idéia é desenvolver um plano de ação para expandir o projeto, além de criar uma metodologia padronizada”, disse.

De acordo com Tomina, o IPT está estudando a possibilidade de multiplicar o projeto para as outras regiões da cidade. “Até o final do ano, a previsão é de que, no mínimo, um curso seja ministrado em cada zona da cidade, para que possa ser criado um padrão uniforme de ações a ser apresentado para a prefeitura.”

(LRK)