Presos que chegam às delegacias são rapidamente transferidos para locais adequados

15 distritos policiais continuarão a ter carceragem para trânsito ou prisões especiais

seg, 20/06/2005 - 15h41 | Do Portal do Governo

As carceragens dos distritos policiais foram desativadas e deixaram de manter espaço para presos, mas as delegacias continuam funcionando. Isso significa que continuam recebendo criminosos pegos em flagrante ou procurados que são capturados pela polícia. A diferença é que agora esses detentos não ficam mais sob a custódia do DP. Tão logo a polícia termina o auto de flagrante ou de captura de procurado, o preso é encaminhado para um Centro de Detenção Provisória (CDP) ou para o sistema penitenciário.

“Preso tem todos os dias. Só que agora ele tem um destino”, afirma o chefe de investigação do 95º DP de Heliópolis, Nelson Cristófalo. O distrito em que Cristófalo trabalha teve a carceragem desativada e foi transformado em Delegacia Participativa. Atualmente, o espaço ocupado pelos presos está à disposição da comunidade e conta com biblioteca e salas de aula gerenciados por voluntários. Para ter acesso ao espaço, os usuários não precisam sequer entrar na delegacia. Já na área interna do DP foi construída uma pequena cela para que os detidos sejam mantidos em local seguro até o momento da transferência.

Normalmente, as delegacias que passaram por reforma contam com três pequenas celas, com espaço para um único detento cada, sendo uma para presos do sexo masculino, outra para mulheres e uma para menores de 18 anos de idade.

De acordo com o secretário estadual da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, o fato dos policiais não precisarem mais cuidar dos presos nas delegacias reflete diretamente na qualidade do trabalho. “A quantidade de inquéritos relatados, portanto terminados, aumentou mais de 60%”, afirma. Ele também observa que a melhoria na ação da polícia reduz a sensação de impunidade entre os criminosos. “O ambiente de trabalho na delegacia melhora muito e a vítima, quando vai à delegacia, é melhor atendida”, diz.

15 distritos policiais continuarão a ter carceragem

Dos 93 Distritos Policiais da capital, 15 DPs vão manter espaço para presos. Um DP em cada uma das oito seccionais vai manter uma carceragem de trânsito para as prisões em que a polícia precisar ficar mais tempo com o detento. O secretário da Segurança Pública explica que muitas vezes é preciso ficar até três dias com o preso para identificá-lo corretamente e também para que possa ser reconhecido por vítimas. São eles: o 2º DP – Bom Retiro, 26º DP – Sacomã, 57º DP – Parque da Mooca, 65º DP – Arthur Alvim, 66º DP – Vale do Aricanduva, 72º DP – Vila Penteado, 91º DP – Ceasa e 102º DP – Capela do Socorro.

Outros sete terão carceragens para prisões especiais, como as motivadas por falta de pagamento de pensão alimentícia e detentos com curso superior que aguardam julgamento. “Na legislação brasileira, esses casos dão direito a prisão diferenciada”, infoma o Saulo Abreu. As carceragens especiais ficarão nos seguintes distritos policiais: 8º – Belém, 13º – Casa Verde, 18º – Alto da Mooca, 33º – Pirituba, 52º – Parque São Jorge, 77º – Santa Cecília e 89º – Portal do Morumbi.

Cíntia Cury