Preservação da Fauna: Nasce no Horto Florestal primata ameaçado de extinção

Nascimento do bugio foi bastante comemorado; reprodução da espécie em cativeiro é difícil

seg, 12/01/2004 - 11h29 | Do Portal do Governo


Sob o olhar atento do pai, o “bebê” bugio permanece a maior parte do tempo agarrado ao ventre da mãe, que já estava prenhe em agosto, quando chegou ao Centro de Estudos e Manejo de Animais Silvestres (Cemas), no Horto Florestal, em São Paulo. A bugia, acompanhada do macho, veio do Ibama do Rio de Janeiro.

O nascimento ocorreu no dia 4 de dezembro e o filhote foi o primeiro bugio (Alouatta fusca) registrado pela Fundação Florestal, vinculada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Somando o recém-nascido, a Fundação passa a ter um plantel de 18 bugios.

Segundo a veterinária do Cemas Renata Gaspar Vieira, o trio poderá retornar à natureza após um processo de socialização com os demais bugios, para formar um bando coeso. “O nascimento foi muito comemorado pelos funcionários, pois a reprodução dessa espécie em cativeiro é difícil”, conta.

Atualmente, 777 animais silvestres são atendidos no Cemas, mantido pela Fundação Florestal, que trabalha para possibilitar a reabilitação, adaptação e reinserção no habitat natural de animais silvestres apreendidos ou resgatados, com prioridade para espécies ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo, como o bugio.

“Esses animais foram apreendidos pelo Ibama e Polícia Florestal e chegam ao centro para serem recuperados, e depois reintroduzidos nas áreas naturais propícias para a soltura, em todo o Estado”, explica a veterinária.

Recompondo a fauna

A Fundação Florestal mantém um hospital veterinário, além de instalações com recintos para a fauna e setores de treinamento, nutrição e administração.

Os exemplares são submetidos a exames clínicos e laboratoriais, recebem notas de avaliação e costumam permanecer no quarentenário nos dois primeiros meses, quando são observados e monitorados. Nessa etapa, os exames são repetidos e os animais são estimulados a viver como em seu habitat natural. Depois de recuperados e considerados aptos para retornar à natureza, ainda passam por um processo de readaptação.

Segundo a diretora-executiva da Fundação, Antonia Vio, o Cemas oferecerá melhores condições de atendimento com a construção de quatro novos recintos em 2004.

Da Agência Imprensa Oficial