Prédio do Dops transforma-se em Museu do Imaginário

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qui, 04/07/2002 - 20h58 | Do Portal do Governo


O prédio do Dops, que foi sede da polícia política durante meio século, passa a ser a partir desta quinta-feira, dia 4, um novo centro de atividades culturais. O governador Geraldo Alckmin acaba de inaugurar, o Museu do Imaginário do Povo Brasileiro, localizado no largo General Osório, ao lado da Estação Júlio Prestes.

Além do governador, estão presentes na cerimônia de inauguração, a presidente do Fundo Social de Solidariedade e primeira-dama, Maria Lúcia Alckmin, o ministro da Cultura, Francisco Weffort e o secretário da Cultura, Marcos Ribeiro de Mendonça.

O museu, que hoje é patrimônio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, tem uma infra-estrutura completa, com auditórios, área de eventos, setor de documentação, área de eventos, restaurante e loja. O prédio foi totalmente restaurado, com investimentos de R$ 12,4 milhões, dos quais R$ 7,1 milhões do Ministério da Cultura, R$ 3,5 milhões do Governo do Estado e R$ 1,8 milhão do Banespa/Instituto Latino Americano.

No porão do prédio, onde se situavam seis selas para presos políticos, foi inaugurado o Memorial da Liberdade. As paredes preservam os recados, nomes e inscrições daqueles por lá passaram. O objetivo do memorial é estimular o exercício da cidadania e dos valores democráticos, por meio de exposições culturais e manifestações artísticas. Três exposições foram abertas no novo prédio: Intolerância, de Siron Franco; Cidadania – Declaração Universal dos Direitos do Homem e Cotidiano Vigiado – Repressão, Resistência e Liberdade.

No quarto andar do prédio, o público terá acesso pela primeira vez a documentos e prontuários policiais, com depoimentos e relatos inéditos de políticos, trabalhadores, estudantes, artistas e intelectuais que participaram da resistência à ditadura instaurada pelo movimento de 1964.

O edifício foi projetado e construído por Ramos de Azevedo, a partir de 1914, para a Estrada de Ferro Sorocabana. De 1935 a 1983, foi ocupado pelo Departamento de Ordem Política e Social e se tornou célebre como centro de interrogatórios e torturas a presos políticos.