Povo na Internet será implantado em 2002

Governo do Estado vai investir R$ 5 milhões no programa que deve atender 500 mil pessoas nos próximos anos

qua, 05/12/2001 - 15h35 | Do Portal do Governo

A partir do próximo ano, a população do Estado de São Paulo vai poder acessar a Internet gratuitamente em locais públicos. O Governo do Estado lançou nesta quarta-feira, dia 5, o programa Povo na Internet, desenvolvido pela Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo – Prodesp, que prevê a instalação de pontos de acesso público na Capital e Interior.

O Povo na Internet consiste na implantação de computadores, chamados de Terminais de Acesso Popular – TAP, em locais como postos do Poupatempo, estações do Metrô, conjuntos habitacionais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano – CDHU e Infocentros.

Nesse pontos de acesso, a população poderá utilizar, gratuitamente, os serviços públicos oferecidos no portal do Governo de São Paulo. Os usuários, previamente cadastrados, terão direito a navegar cinco horas por mês e utilizar aplicativos como processadores de texto e planilhas. Além disso, cada usuário que se cadastrar poderá adquirir o “flash card”, um cartão de memória para armazenar seus arquivos particulares.

O cartão vai funcionar como um computador de bolso: toda vez que o usuário acessar a Internet em um terminal popular, poderá utilizar seu cartão pessoal. O custo é de aproximadamente R$ 100,00 para um “flash card” de 32 megabytes, suficiente para armazenar três mil páginas de texto. O custo do cartão pode ser financiado por instituições bancárias ao público de baixa renda.

A iniciativa faz parte do projeto de inclusão digital da Secretaria do Governo e Gestão Estratégica, e é voltada, principalmente, para a população de baixa renda, que não tem computador em casa e vive na chamada exclusão digital. “O acesso à Internet na classe A chega a 90%.

Nas classes de renda mais baixa, não passa de 4%”, afirmou o governador Geraldo Alckmin, acrescentando que, com o Povo na Internet, será possível aumentar esse número para 50% nos próximos anos.

Segundo o secretário-adjunto de Governo e Gestão Estratégica, Dalmo Nogueira, esse é um momento histórico de lançamento. “Ninguém contestou a importância desse projeto”, afirmou ele, prevendo que a tendência do programa é se espalhar no Brasil e no mundo.

O presidente da Prodesp, Newton Paulo Freire Filho, afirmou que o Povo na Internet vai gerar empregos para a elaboração dos softwares, implantação e suporte. Além disso, ele destacou a importância do projeto por aproximar a população de baixa renda do mundo digital.
Segundo ele, a exclusão digital pode agravar ainda mais a exclusão social na sociedade.

O Governo do Estado vai investir R$ 5 milhões na implantação do projeto. O setor privado, representado pelas empresas CPM S.A., Samurai e Telefônica, vai investir um número superior a este, que será definido à medida que for implantado o programa. Inicialmente, serão instalados dois mil computadores compartilhados, que vão atender cerca de 100 mil pessoas, na Capital e no Interior.

Uma estimativa prevê que, quando estiverem implantados dez mil pontos de acesso, o número de usuários deve alcançar 500 mil.

Coopjovem

Durante o lançamento do Povo na Internet, adolescentes treinados fizeram demonstração da utilização dos terminais. Os jovens fazem parte da Sociedade Cooperativa de Trabalho de Assistentes ao Jovem – Coopjovem, fundada em 1989, para reunir entidades sociais que desenvolvem trabalhos com adolescentes.

O objetivo da associação é desenvolver programas de socialização e a iniciação profissional para adolescentes de famílias de baixa renda no município de Embu das Artes.

Desde sua fundação, a Coopjovem conta com o apoio da Prodesp, que cede espaço físico para a realização de cursos de horticultura, engraxate, marcenaria e informática, bem como fornece alimentação e transporte para os adolescentes. Os produtos dos cursos de marcenaria e artesanato são comercializados em feiras, eventos, escolas, entre outros.

Os alunos da Coopjovem também fazem aula de educação física, no Prodesp Clube, e participam de grupos de integração e convivência onde são discutidos temas como sexualidade e drogas.

Para fazer parte do grupo de alunos da Coopjovem é necessário estar cursando a rede pública de ensino, ter de 12 a 18 anos, e ser encaminhado por uma entidade social de Embu.

Gláucia Basile