Com a exportação de 1.200 veículos da Volkswagen, no último dia 31 de janeiro, o Porto de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, contabilizou um total de 13.348 automóveis exportados nos últimos oito meses para o México e Argentina por montadoras como Volskswagen, General Motors e Fiat. Volks e GM, aliás, já programaram exportações mensais pelo Porto de São Sebastião de, respectivamente, 1.200 e 3.500 veículos até o final deste ano.
O aumento da capacidade do porto se deve ao fato de que, em novembro passado, foram inaugurados dois dolfins, estruturas que permitem a atracação de embarcações de grande porte, com capacidade para transportar até 4,9 mil veículos. Antes, o porto só estava preparado para receber navios com capacidade de embarcar até 2.500 veículos. Na ocasião, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin acompanhou o embarque de 4.540 veículos da GM, a maior operação até então feita pelo porto. Alckmin destacou a importância de São Sebastião como plataforma exportadora do Estado, com acesso a ser facilitado com o novo corredor de exportação Campinas-Vale do Paraíba-Litoral Norte.
Além de automóveis, produto de alto valor agregado, também estão sendo exportados por São Sebastião produtos oriundos do agronegócio como gado leiteiro (4.000 cabeças para Venezuela) e caroço de algodão (7.000 t para a Espanha). O porto vem também atuando como centro captador de camarão a ser exportado para a Espanha.
Para atender a crescente demanda do porto, o governo de São Paulo, por meio da Secretaria dos Transportes, está investindo em melhorias de sua infra-estrutura, que incluem a aquisição de três novos armazéns cuja capacidade total é de 50 mil toneladas, além da pavimentação de dois pátios. Isso permitirá aumentar a capacidade de armazenagem de veículos, das atuais 4.500 vagas, para 6.200 vagas. A conclusão dessas melhorias está prevista para dentro de cinco meses.
‘A visibilidade adquirida pelo porto, após o anuncio das obras de melhoria da sua infra-estrutura, atraiu novos clientes, importadores e exportadores, além de aumentar de modo significativo o número de consultas sobre tarifas e disponibilidade de vagas no cais’, afirma Paulo Rogério, gerente do porto.
Para ele, o exemplo mais significativo é o interesse manifestado pela Cotia Trading em consórcio com BR Distribuidora, para importar, via São Sebastião, a partir de 2005, 60.000t de enxofre e, em 2006, 120.000t , que representará 10% da demanda nacional. ‘Além disso, diversos produtores de açúcar vem manifestando interesse em exportar seu produto via São Sebastião, num volume total de 200.000t/ano’. O primeiro embarque ocorrerá já em fevereiro de 2005 com destino à Índia, acrescenta.
Paulo Rogério, oficial de reserva da Marinha, que exerceu anteriormente o cargo de Delegado da Capitania dos Portos em São Sebastião, considera que com as obras de melhoria, o porto será capaz de aumentar, já em 2005, em 70% a sua movimentação de carga. Em 2004 foram movimentadas 370.000 toneladas.
‘Após a conclusão das obras, a expectativa é que a movimentação atinja o patamar de 3 milhões de toneladas em 2010. ‘Isto significa o fortalecimento de um novo dentro gerador de negócios, possibilitando um incremento significativo na geração de empregos e distribuição de renda no município’ afirma.
O projeto do corredor de exportação Campinas-São Sebastião será, aliás, o primeiro grande projeto a estrear o modelo de PPPs (Parceria Público-Privada). Com investimentos da ordem de R$ 1,1 bilhão, ele prevê a modernização das rodovias Dom Pedro I, Ayrton Senna, Carvalho Pinto e Tamoios, e a construção de contornos nas cidades de Caraguatatuba e São Sebastião, que dão acesso ao porto.
Com o término dessas obras, o Porto de São Sebastião se transformará numa alternativa ainda mais acessível e rentável para exportadores e importadores de todo o interior do Estado de São Paulo, do sul de Minas Gerais, Goiás e do Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).
Takao Miyagui
