Graças ao programa Acessa São Paulo, do governo paulista, ela descobriu o mundo digital e já não consegue imaginar a vida sem essa tecnologia.
No Infocentro Adeva, ele aproveita para fazer pesquisas para trabalhos escolares e procurar emprego.
Além do espaço do Infocentro, eles contam com outras três salas que a Adeva usa para ministrar cursos profissionalizantes voltados a deficientes visuais.
Local recebe, mensalmente, cerca de 60 pessoas, que utilizam os computadores pelo menos três vezes por semana.
Maria Gracia Barberis, 42 anos, aprendeu a usar o computador e acessar a internet há cerca de um ano e meio. Hoje, não consegue imaginar a vida sem essa ferramenta. Ela é astróloga e usa o computador em sua atividade profissional. Também aproveita os recursos da internet para pesquisas. Essa seria uma história corriqueira, não fosse por um detalhe: Gracia é portadora de deficiência visual. ‘O primeiro contato foi emocionante. Aprendi a usar o teclado e acessar a internet tranqüilamente’, conta.
Ela descobriu o mundo digital graças ao programa Acessa São Paulo, do Governo paulista, que oferece, em parceria com prefeituras e entidades da sociedade civil, espaços com equipamentos e acesso gratuito à internet, os Infocentros.
O Infocentro que Gracia freqüenta foi implantado em parceria com a Associação dos Deficientes Visuais e Amigos (Adeva), na Escola Estadual Marina Cintra, região central da Capital, e é destinado a deficientes visuais. O espaço ocupado pelo Centro de Treinamento da Adeva também foi cedido pelo Estado, que disponibilizou, além do Infocentro, outras três salas para a entidade ministrar cursos profissionalizantes a portadores de deficiência visual.
O Infocentro da Adeva recebe, mensalmente, cerca de 60 pessoas, que utilizam os computadores pelo menos três vezes por semana. De março de 2002, quando foi implantado, até agora, o Infocentro, que conta com 190 usuários cadastrados, realizou 11,2 mil atendimentos.
‘Por ter um público diferenciado, esse Infocentro tem características diferentes dos outros. Aqui, é preciso ligar com antecedência para agendar horário no computador. Os equipamentos são usados para os cursos e esse sistema evita que as pessoas percam viagem ou tenham de esperar muitas horas para utilizar os micros’, explica o presidente do Centro de Treinamento da entidade, Markiano Charan Filho. Ele conta que a entidade recebe diariamente pessoas de todas as regiões da Capital e Grande São Paulo. ‘A maioria vem de longe’, diz.
Esse é o caso de Fernando José da Silva, de 17 anos. Ele mora em Taboão da Serra e, há cerca de dois anos, freqüenta o espaço da Adeva pelo menos três vezes por semana.
No Infocentro, Fernando aproveita para fazer pesquisas para trabalhos escolares e procurar emprego. Ele tem mandado currículo para diversas empresas pleiteando um trabalho na área da informática. Fernando conta com orgulho que já exerceu uma atividade profissional, porém, informal: ‘Ensinei informática a uma garota. Foi indicação de um dos professores da Adeva. Eu ia à casa dela duas vezes por semana para dar aulas de Windows’, lembra.
Além do Infocentro da Adeva, o Governo paulista instalou uma unidade na Estação Especial da Lapa, vinculada ao Fundo Social de Solidariedade do Estado, que também é destinada a portadores de deficiência.
Ao todo, São Paulo conta com 144 Infocentros espalhados pelo Estado. Outros 30 estão em fase de implantação. Desde de que o programa foi implantado, em 2001, até agora, foram realizados quase 10 milhões de atendimentos, com um total de 428 mil usuários cadastrados.
Os endereços e telefones de todos os Infocentros estão disponíveis no portal internet do Acessa São Paulo – www.acessa.sp.gov.br, em ‘Onde Acessar’.
Cíntia Cury
