População carcerária: Funap divulga censo penitenciário inédito no País

Pesquisa, realizada em nove meses, foi feita com cerca de 82 mil presos condenados em todo o Estado

seg, 09/12/2002 - 18h19 | Do Portal do Governo

Pela primeira vez na história do País, uma pesquisa avaliou o comportamento e o perfil da população carcerária no Estado de São Paulo. Os resultados estão no Censo Penitenciário 2002, realizado pela Funap – Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (órgão vinculado à Secretaria de Estado da Administração Penitenciária) em parceria com o Uniemp (Instituto Universidade Empresa).

O censo objetivou traçar um amplo perfil do preso condenado no Estado a partir de sua história, hábitos, valores e necessidades. Para isso, foi feito um levantamento demográfico e atitudinal por meio de entrevistas qualitativas e quantitativas.

Com as entrevistas procurou-se atualizar dados do sistema penitenciário e classificar melhor a população carcerária, a fim de criar e adequar políticas públicas para a recuperação, inclusão e reintegração do preso (missões da Funap).

Metodologia

A pesquisa da Funap em parceria com o Uniemp foi realizada com 82 mil presos condenados em todo o Estado em aproximadamente nove meses. Durante esse período, foram feitas cerca de 60 mil entrevistas de maneira quantitativa.

Em uma segunda etapa, 1200 presos sorteados responderam à pesquisa qualitativa e atitudinal. E, numa terceira fase foram realizadas reuniões com 30 grupos masculinos e 20 grupos femininos, com duração aproximada de duas horas.

As duas últimas etapas tiveram entrevistas de profundidade, que analisaram dados de comportamento, reação, opinião, expectativa e o perfil de cada preso. A finalidade foi segmentar e conhecer os diferentes públicos existentes dentro de cada presídio.

O processo também incluiu perguntas chaves que ajudaram a concluir a pesquisa qualitativa, tomando como base a interpretação do preso em relação a diferentes tópicos abordados, como família, trabalho, educação e recuperação.

Conclusão

A mecânica da pesquisa permite, a partir de agora, que as informações e os dados levantados sejam tratados de maneira científica. Os dados poderão possibilitar o emprego de uma metodologia aplicada, que resulta na criação de projetos educacionais e de trabalho, adequados e adaptados para cada grupo identificado pelo censo.

Com base nesses resultados será mais ágil a implementação e atualização constante de um banco de dados com informações da população por indivíduo. A medida facilitará um acompanhamento detalhado da evolução do preso e das respostas às iniciativas adotadas para sua reintegração.

Assessoria de Imprensa da Funap

G.L

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