Pólo Regional do Vale do Ribeira traz novas oportunidades para produtores rurais

Instalado em Pariquera-Açu, o novo pólo atende 25 municípios da região

qua, 11/09/2002 - 9h18 | Do Portal do Governo

O Pólo Regional de Desenvolvimento Sustentável dos Agronegócios do Vale do Ribeira, que entrou em operação nesta terça-feira, dia 10, trará novas oportunidades de negócios aos produtores mais pobres de São Paulo. Localizado em Pariquera-Açu, a cerca de 200 quilômetros da capital, o novo pólo favorecerá comunidades instaladas em 25 municípios da região, que tem sua atividade agrícola quase toda centrada na produção de banana.

O Vale do Ribeira é a quarta região paulista a compor o programa dos pólos regionais, sob responsabilidade da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. Já estão em funcionamento os pólos Médio Paranapanema, com sede em Assis, Leste Paulista, sediado em Monte Alegre, e Sudoeste Paulista, baseado em Capão Bonito. Até o final do ano, 15 pólos regionais devem estar em plena operação em todo o Estado. A cerimônia de implantação oficial do Pólo do Vale do Ribeira teve a participação do secretário de Agricultura e Abastecimento, Lourival Carmo Monaco, além de prefeitos, produtores, pesquisadores, entre outros.

A idéia central dos pólos regionais é promover a integração entre os municípios paulistas em prol do desenvolvimento regional. Segundo Carlos Castro, secretário executivo da APTA, a partir da criação dos pólos, as comunidades de cada região têm à disposição todos os serviços e as tecnologias pertencentes ou de conhecimento da Secretaria Estadual de Agricultura. “O pólo funcionará como um instrumento eficiente para ampliar as oportunidades dos produtores rurais”, diz. Com o pólo em andamento, as ações junto aos agricultores de cada região deixam de ser isoladas e passam a atingir um grande número de produtores.

Para isso, os pólos contam com o suporte dos laboratórios de pesquisas e a prestação de serviços dos seis Institutos da Secretaria de Agricultura: Instituto Agronômico (IAC), Instituto de Pesca (IP), Instituto de Zootecnia (IZ), Instituto de Economia Agrícola (IEA), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e o Instituto Biológico (IB). Também integram o projeto outros órgão da Secretaria, como a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), a Agência de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo (ADAESP) e a Coordenadoria de Desenvolvimento do Agronegócio (Codeagro).

De acordo com José Sidnei Gonçalves, coordenador da APTA, o pólo regional busca romper o velho e autoritário modelo de criação de um pacote tecnológico generalizado, que muitas vezes torna-se ineficaz ao produtor quando colocado em prática. “Não existe um modelo pronto; é preciso criar soluções e tecnologias de acordo com as características de cada região”, explica Gonçalves. Para o coordenador, o pólo faz muito bem este papel, transferindo todos os riscos ao Estado. “Com o pólo regional os experimentos passam a ser controlados, evitando as chamadas aventuras por parte do produtor”, ressalta. Entre todos os pólos já inaugurados, o do Vale do Ribeira é o único que leva em seu nome a palavra “sustentável”, por apresentar uma alta concentração de cobertura vegetal. “Grande parte da área que compreende o pólo é de preservação ambiental”, diz o secretário executivo APTA, Carlos Castro. Por isso, a exploração do ecoturismo na região torna-se uma boa alternativa para o desenvolvimento social e econômico do Vale do Ribeira.

Os municípios envolvidos no Pólo do Vale do Ribeira são: Apiaí, Barra do Chapéu, Barra do Turvo, Cajati, Cananéia, Eldorado Paulista, Iguape, Ilha Comprida, Iporanga, Itanhaém, Itaóca, Itapirapuã Paulista, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Juquitiba, Miracatu, Pariquera-Açú, Pedro de Toledo, Peruíbe, Registro, Ribeira, São Lourenço da Serra, Sete Barras e Tapiraí. No Vale do Ribeira encontram-se comunidades de diversas origens e características, como agricultores ribeirinhos, caiçaras, remanescentes de quilombos, além de migrantes do Paraná, Minas Gerais e do interior paulista. A grande maioria dos municípios da região (64%) apresenta menos de 20 mil habitantes. Os três maiores são: Itanhaém, Registro e Peruíbe. Os municípios que compõem o Pólo registram os mais baixos índices de desenvolvimento do Estado, com destaque para Barra do Turvo, o pior de todos em São Paulo. Registro é o único na região posicionado entre os 200 municípios que oferecem a melhor qualidade de vida no Estado. O Pólo do Vale do Ribeira caracteriza-se pela grande concentração (77,21%) de pequenas propriedades, de até 50 hectares.

A economia local depende basicamente da banana, que representa 72% do valor da produção gerado nos municípios envolvidos no Pólo. O segundo produto de maior destaque na região é a carne bovina, seguido do tomate de mesa e da tangerina. Juntos, esses três produtos representam 21% do valor total da produção. Ainda no Pólo pode-se destacar a produção de chá mate (é a única região do Estado a produzir esse produto), de grãos (arroz e milho), de flores, além da atividade de pesca e criação de búfalos. Portanto, o grupo de frutas frescas é o que contribui com maior peso no total de valor de produção (70%), seguido de produtos de origem animal (12%) e olerícolas (7,2%). Na sede do Pólo do Vale do Ribeira, em Pariquera-Açú, há ainda a Unidade Experimental, com diversos experimentos das atividades agrícolas existentes na região, como banana, flores, chá e cacau.