Policiais rodoviários promovem trabalho educativo com sem-terra

Palestras orientam comunidades de acampantes sobre os riscos de viver à margem das rodovias

ter, 22/07/2003 - 9h41 | Do Portal do Governo

Da Agência Imprensa Oficial


Por Joice Henrique

No próximo dia 23 de julho comemora-se em todo o País o Dia do Policial Rodoviário. Em São Paulo, a Polícia Rodoviária está diretamente subordinado ao Comando de Policiamento do Interior e atua no patrulhamento de toda a malha rodoviária do Estado, com 24 mil quilômetros extensão.

Contando com um efetivo de 3.600 homens incorporados, 131 bases operacionais e 700 viaturas, de duas e quatro rodas, a corporação tem sob sua responsabilidade o policiamento e a fiscalização de todas as rodovias estaduais, as chamadas SP, incluindo os trechos sob concessão.

A Polícia Rodoviária também participa diretamente de operações conjuntas, auxiliando a Secretaria de Estado da Fazenda no combate à evasão de receitas e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) na fiscalização dos veículos de transporte coletivo que operam linhas intermunicipais.

Nos moldes das grandes polícias do mundo, a Polícia Militar Rodoviária do Estado de São Paulo encontra-se informatizada, dispondo de terminais de computadores diretamente interligados ao Registro Nacional de Veículos Automotores, (acessado através do Serviço Federal de Processamento de Dados), à Polícia Civil, aos Detrans de 17 Estados e ao Sistema de Informações Operacionais da Polícia Militar, capazes de informar sobre veículos e condutores.

A serviço da comunidade

Em São Paulo, a atuação da Polícia Rodoviária não se limita ao patrulhamento das rodovias estaduais, pois suas bases servem como postos de atendimento e auxílio ao público e como pontos para a prestação de serviços sociais nas campanhas de vacinação e arrecadação de agasalhos.

Um dos exemplos mais recentes dessa preocupação em prestar serviços à comunidade é a iniciativa tomada pelo comandante do Policiamento Rodoviário da Polícia Militar do Estado de São Paulo, coronel Romeu Takami Mizutani. Ao observar as populações acampadas ao longo das estradas estaduais, em especial os acampamentos do Movimento dos Sem Terra (MST), no Pontal do Paranapanema, o coronel Mizutani apontou os riscos desta população em relação à rodovia. “É muito grande a movimentação dos acampamentos que se deslocam. Além disso, é alto o número de crianças e animais domésticos. O que observamos é que as crianças, brincando, não percebem que podem sofrer um sério acidente de atropelamento.”

A primeira iniciativa aconteceu neste mês, no município de Sandovalina, às margens da rodovia SP-425 (Assis Chateaubriand). “Mais de mil famílias estão acampadas ao longo de aproximadamente um quilômetro da rodovia.” Com essa preocupação, foram planejadas palestras voltadas às crianças, com duração de 50 minutos. Segundo o coronel, foram abordados os riscos de atropelamento para quem está próximo a uma rodovia e, no caso das crianças, os perigos de se brincar perto da estrada.

“O que queremos é desenvolver um trabalho educativo e preventivo para evitar acidentes. O nosso trabalho é evitar acidentes nas rodovias. Nossa proposta é desenvolver a cultura da prevenção de acidentes”, explica o coronel.

O tenente José Antonio de Melim Junior, que está na região, organizou, com mais três policiais, as apresentações. “A receptividade foi muito boa. Contamos até com cobertura da imprensa local”, disse. Até o momento, segundo o tenente, não existe uma programação definida para estender as palestras para outras localidades. “A liderança do Movimento dos Sem Terra (MST) gostou da idéia e nos apoiou nesta iniciativa. Onde for necessário faremos as palestras. Esse é um processo educativo que queremos desenvolver. As crianças gostaram muito.”

No primeiro encontro estiveram presentes, aproximadamente, 80 crianças, além de pais e outros participantes. “A receptividade foi boa, melhor do que eu esperava, fomos muito bem recebidos. “Até os moradores de Sandovalina gostaram da iniciativa”, comenta o tenente.

(LRK)