Poli: Estudo propõe ações para economia de água em escolas públicas

Pesquisa demonstra três tipos de ações que podem ser empregadas para reduzir o desperdício

sex, 28/11/2003 - 12h11 | Do Portal do Governo

Estudo da Escola Politécnica da USP propõe mecanismos para a economia de água em escolas públicas localizadas no meio urbano. Defendida pelo engenheiro Flávio Scherer, a tese de mestrado Uso Racional da Água em Escolas Públicas: diretrizes para Secretarias de Educação foi baseada na experiência realizada em Joinville, Santa Catarina, onde esse tipo de programa é desenvolvido com bons resultados na economia.

Depois de observar a prática catarinense, o pesquisador descreveu as características físicas e funcionais, os hábitos dos usuários e os principais problemas de três escolas estaduais de Curitiba, no Paraná, e elaborou as diretrizes. ‘Desenvolvi a pesquisa no Paraná, mas a idéia é que ela sirva para secretarias de Educação de outros lugares. Procurei ser o mais abrangente possível’, comenta.

A pesquisa demonstra três tipos de ações que podem ser empregadas para reduzir o desperdício: as sociais, que sugerem práticas educativas; as tecnológicas, foco principal do estudo, que abrangem o uso de torneiras economizadoras, torneiras com arejadores e bacias sanitárias com volume de descarga reduzido (com caixa acoplada de seis litros ou com válvula de ciclo fixo de seis litros); e as de ordem econômica, relacionadas às tarifas da concessionária do serviço de distribuição de água.

Scherer também fez um levantamento da situação das escolas brasileiras que desenvolvem programas de combate ao desperdício da água e verificou que a maioria dos projetos está concentrada em instituições de ensino superior, vinculados à pesquisa dessas entidades, dentre elas o Programa de Uso Racional da Água (Pura) da USP.

O estudo prioriza escolas públicas, pois as particulares, muitas vezes, já possuem um programa de uso racional da água para a economia de recursos. Além disso, Scherer se ateve ao meio urbano, onde, em geral, o problema da escassez é mais grave. ‘Temos um potencial muito grande para desenvolver e precisamos adotar medidas urgentes no combate ao desperdício de água. Espero que as secretarias de Educação usem o estudo’, afirma.

Potencial da economia

No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), as escolas públicas representam a maior parte dos estabelecimentos escolares. São 179.935 edificações, das quais 73.404 encontram-se no meio urbano. ‘O potencial de economia de água nessas edificações é bastante expressivo’, diz o pesquisador.

Para Scherer, outra vantagem de se implantar um Programa de Uso Racional da Água em escolas é que práticas educativas podem ocorrer associadas às novas tecnologias desenvolvidas. ‘A preservação dos recursos hídricos é um tema que pode ser discutido em várias áreas do conhecimento, e contribui para a formação crítica dos estudantes, que podem atuar como multiplicadores’, explica.

Simone Harnik – Da Agência USP de Notícias
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)