Pipoqueiro cria diferencial e Banco do Povo financia a idéia que faz sucesso entre universitários

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sex, 10/05/2002 - 15h24 | Do Portal do Governo

Pipoca com queijo parmesão em cubos, amendoim e fritas, tudo misturado: é a Pipoca Universitária, criada por Gilson Sebastião dos Santos, 32 anos, casado, pai de três filhos, que desde os 16 trabalha no ramo. O Banco do Povo Paulista aprovou a receita e em janeiro liberou R$ 2 mil para alavancar o negócio que, aliás, vai bem. E não pára por aí.

Gilson quer mais. Sonha montar uma franquia da sua Pipoca Universitária, que já tem até logomarca e é vendida em três carrinhos, dois nas portas da Universidade de Mogi das Cruzes e Brás Cubas e o terceiro no centro da cidade.

Mas nem sempre foi assim. Quando Gilson planejou deixar de ser empregado, teve de passar por várias ocupações: foi frentista, mecânico de manutenção, segurança, tudo pra juntar dinheiro e comprar seu próprio carrinho. ‘Juntei dinheiro e voltei para as pipocas’, conta ele. Ousado, no ano passado, adquiriu mais dois carrinhos e equipamento para preparar churros, pastel, maçã do amor, algodão doce e churrasco. ‘Daí fiquei endividado e sem dinheiro para matéria-prima.’

Foi quando procurou o Banco do Povo. ‘Peguei o dinheiro e comprei tudo o que precisava para começar o ano.’ Em pouco tempo, além dos dois empregados que já tinha, precisou contratar mais quatro, as duas peruas Kombi ano 1972, que transportam o equipamento, foram substituídas pelos modelos 94 e há dois meses comprou apartamento financiado pela Caixa. Na última parcela do empréstimo, no mês de julho, Gilson pretende conseguir novo crédito, agora para trocar o equipamento velho.

O Banco do Povo Paulista é um programa que envolve o Governo do Estado de São Paulo e prefeituras e tem por objetivo incentivar o crescimento de micro e pequenos empreendedores e de cooperativas de produção e de trabalho, visando a geração de emprego e renda.

Fornece linhas de crédito sem burocracia, sempre destinadas à faixa da população que normalmente não tem sequer conta bancária. São financiamentos que vão de R$ 200 a R$ 5 mil para pessoas físicas e até R$ 25 mil para cooperativas de produção ou de trabalho. Os empréstimos têm juro de 1% ao mês e prazo de pagamento de até 18 meses.

Para a execução do programa, o Governo do Estado já liberou mais de R$ 45 milhões. O Banco do Povo Paulista é instalado nas cidades em parceria com as prefeituras. O Estado entra com 90% dos recursos que constituirão o Fundo de Crédito e a Prefeitura com 10%, além do espaço físico e dos agentes de crédito, que são treinados pela Secretaria do Emprego. O programa está até o momento presente em 159 municípios, totalizando cerca de 20 mil contratos de financiamento, sendo que 77% dos empreendedores trabalham informalmente.

Desde que foi criado, em setembro de 1998, o Banco do Povo Paulista apresenta um índice mínimo de inadimplência: em torno de 1,8 por cento. O volume de empréstimos, nesse período, beneficiou diretamente quase 75 mil pessoas, das quais 52% são mulheres e 48% homens.