No dia 25 de dezembro de 1905, a cidade de São Paulo ganhou um presente que mudou o roteiro das artes no Brasil: a Pinacoteca do Estado. Cem anos depois, ela continua em cartaz. A inédita exposição no Brasil do escultor inglês Henry Moore é o primeiro presente de aniversário. Outros virão, porque as comemorações prosseguem até o ano que vem.
No dia 24 de dezembro de 1911, a Pinacoteca do Estado realizou a I Exposição Brasileira de Belas Artes. A partir daí, começou a receber obras para o seu acervo que hoje conta com artistas como José Wasth Rodrigues, Victor Brecheret, Anita Malfatti e Alípio Dutra, entre outros. Hoje, o espaço mantém expressivo acervo da arte brasileira dos séculos XIX e XX. São cerca de 1.100 obras expostas permanentemente, entre as quais preciosidades do modernismo.
O museu enfrentou períodos difíceis. Ficou fechado por dois anos e o acervo acabou dividido por órgãos públicos. Até que, na década de 30, foi criado um conselho que assumiu a responsabilidade de resgatar esse patrimônio em um único espaço.
O prédio, tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico e Artístico do Estado) em 1982, passou por uma reforma doze anos depois. O projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha restaurou o edifício e mudou o eixo da edificação. A entrada se voltou para a Estação da Luz. Uma completa recuperação das estruturas, pisos, coberturas e infra-estrutura de instalações hidráulicas e elétricas transformou o prédio num dos mais capacitados tecnicamente do país a receber grandes exposições.
A Pinacoteca não foi reestruturada apenas em seu espaço físico, mas também em seu conceito. Desde a sua reinauguração em 1998, estabeleceram-se novos valores para o uso do espaço. A melhor adequação à função museológica obrigou a Pinacoteca a disponibilizar uma oficina especializada em restauro de obras de arte. Tornou-se referência no país no treino de mão-de-obra técnica para atender às demandas de museus. A instituição mantém uma das mais completas bibliotecas de artes aberta à consulta pública.
Mais do que uma área cultural, a Pinacoteca oferece ainda outros prazeres. O Café da Pinacoteca é ótima opção para se descansar, além de conferir mostras fotográficas ali montadas. A Pinacoteca também oferece mesinhas do lado de fora, voltadas para o Parque da Luz e suas belas esculturas. Local ideal para o visitante descansar os olhos das telas apreciadas lá dentro e se concentrar na beleza do verde: uma pintura muitas vezes de valor similar às belas obras.
Henry Moore – Uma Retrospectiva
Um dos presentes de aniversário do centenário da Pinacoteca é a maior exposição do escultor inglês Henry Moore, já realizada fora da Europa. As obras vieram de navio em três contêineres e mais três lotes por via aérea, graças ao patrocínio do Bradesco. São 117 esculturas, 72 desenhos e 50 gravuras, todos produzidos entre 1920 e 1980. Moore é considerado um dos mais importantes artistas do século XX.
Organizada pelo British Council e por The Henry Moore Foundation, a mostra tem curadoria de Anita Feldman Bennet e David Mitchinson. O evento dá seqüência à série de exposições já realizadas pela Pinacoteca com grandes nomes da escultura mundial como Auguste Rodin, Camille Claudel, Aristide Maillol e Antoine Bourdelle. De São Paulo, a mostra segue para Brasília e Rio de Janeiro.
Serviço:
Pinacoteca do Estado – Praça da Luz, nº 2 – Metrô Luz.
Tel. (11) 3229-9844. Até 12 de junho, de terça a domingo, das 10h às 18h.
Ingresso: R$ 4. Grátis aos sábados.
Secretaria de Estado da Cultura
Assessoria de Imprensa
Dirceu Rodrigues
