Pesquisa: Unesp firma acordo com o Centro Técnico Aeroespacial de São José dos Campos

Objetivo é reduzir a força do atrito com o ar enfrentado por aviões e naves espaciais

qui, 29/07/2004 - 12h43 | Do Portal do Governo

Um acordo entre o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), do Comando da Aeronáutica, em São José dos Campos, e a UNESP vai permitir o aprofundamento nos estudos em uma área estratégica ainda pouco estudada no mundo, a redução do arrasto aerodinâmico, força de atrito com o ar enfrentado por aviões e naves espaciais.

O arrasto aerodinâmico é utilizado atualmente pelas espaçonaves como freio na sua reentrada na atmosfera. No caso de vôos dentro da atmosfera terrestre – chamados de transatmosféricos -, porém, o fenômeno tem efeito negativo, pois age no sentido de impedir o movimento, o que provoca um consumo maior de combustível e redução da vida útil da aeronave.

A proposta estudada pelos pesquisadores brasileiros para a redução do arrasto nesta situação aconteceria a partir de uma ‘injeção’ de energia a laser e microondas que geraria a formação de um plasma – gás com partículas positivas e negativas – em um ponto à frente da aeronave. O fenômeno formaria um escudo com formato de um guarda-chuva e redirecionaria o ar, criando uma região de baixa densidade.

‘A ausência de ar na região frontal da aeronave diminuiria o arrasto, fazendo com que houvesse consumo menor de combustível’, explica José Márcio Machado, professor do Laboratório de Simulação Computacional do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), campus de São José do Rio Preto, responsável pela coordenação dos estudos pelo lado da UNESP. ‘O conhecimento e a compreensão deste efeito são importantes porque poderão viabilizar vôos hipersônicos no futuro’, ressalta.

O Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), um dos Institutos do Centro Técnico Aeroespacial, foi o pioneiro na geração experimental do escudo de plasma com a injeção de energia laser em laboratório, o que o coloca em posição de destaque no cenário internacional.

Os trabalhos experimentais são coordenados pelo pesquisador Marcos Antonio Sala Minucci, do IEAv, enquanto que os trabalhos computacionais, por Jose Marcio Machado, do IBILCE, e Angelo Passaro, do IEAv.

Da Assessoria de Imprensa da Unesp

V.C.