A Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça do Governo do Estado de São Paulo, constatou que em 2002 a cesta básica Procon/Dieese apresentou alta de 31,73%.
A pesquisa que abrange 31 produtos (desagregados em marcas, perfazendo um total de 68 itens) em 70 supermercados da cidade de São Paulo, constatou que o preço médio em 28/12/2001 era R$ 158,20, passando para R$ 208,40 em 27/12/2002.
Por grupos foram constatadas as seguintes variações:
– Alimentação: 36,68%
– Limpeza: 9,59%
– Higiene Pessoal: 18,28%
Os três produtos que apresentaram as maiores altas no ano foram:
– óleo de soja (77,94%)
– feijão carioquinha (74,81%)
– farinha de trigo (73,68%)
E as três maiores quedas foram:
– papel higiênico fino branco (2,94%)
– sabão em pó (1,10%)
– alho (0,21%)
Em 2002, o supermercado mais barato foi o Estrela Azul da região leste.
A variação do preço médio da Cesta Básica desde o Plano Real foi de 95,86%.
Nos primeiros meses do ano verificou-se que o preço e o abastecimento nacional de diversos produtos sofreram influências não só da grave crise argentina, como também das adversidade climáticas. Dentre eles o trigo, a carne bovina, a soja e o milho.
Já a partir de junho, determinados produtos tiveram seu comportamento alterado, também, pela grande desvalorização do real frente ao dólar, ainda mais significativa do que no primeiro semestre; pelas condições climáticas, com a ocorrência de grandes períodos de estiagem alternados com longos períodos de excesso de chuvas, decorrentes principalmente do El Niño, agravando, dessa forma, a situação de alguns produtos que já vinham enfrentando problemas de preços e desabastecimento, desde o início do ano; pela proximidade das eleições presidenciais. Foi o caso das carnes bovina, suína e de frango, do arroz, do açúcar, do café, do óleo de soja, do papel higiênico e de outros.
No decorrer deste ano o valor médio da cesta básica bateu recordes de preço, em relação ao início do Plano Real, quase que diariamente. O recorde no ano foi em 27/12 quando o preço médio cotado da Cesta Básica foi de R$ 208,40.
No segundo semestre houve forte desvalorização do real frente ao dólar, quando a moeda americana chegou a ser cotada a R$ 3,92, no dia 11/10/2002.
A safra brasileira de grãos atingiu volume de aproximadamente 97 milhões de toneladas. O aumento da produtividade em relação a 2001 deve-se não só ao aumento da área cultivada mas também ao investimento em tecnologia que contribuiu significativamente para o crescimento da produção. Para 2002/2003 é estimado crescimento da safra nacional de 9,7% em relação a 2001/2002, podendo chegar ao volume recorde de 107 milhões de toneladas de grãos.
A pecuária também obteve índices expressivos. As exportações atingiram volume 25% maior que no ano anterior, somando 1 milhão de toneladas.
