Pesquisa: Óleo extraído do manjericão pode preservar árvore em extinção na Amazônia

Estudo realizado pelo Instituto Agronômico será apresentado em agosto no Canadá

qui, 18/07/2002 - 13h07 | Do Portal do Governo

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Agronômico (IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, abre possibilidades de preservação do pau-rosa, árvore amazônica em extinção, ao descobrir que algumas espécies de hortaliças produzem o linalol, óleo até então extraído da árvore e utilizado na produção de perfumes famosos, entre eles o Chanel nº 5. O estudo será apresentado no XXVI Congresso da Sociedade de Horticultura Científica do Canadá, entre os dias 11 e 17 de agosto.

Além dos benefícios ao meio ambiente, a descoberta poderá tornar-se uma opção de plantio ao produtor rural aliada a uma nova alternativa de renda. O objetivo do trabalho é conseguir um óleo em plantas de pequeno porte para a composição de perfumes, que tenham as mesmas características encontradas no pau-rosa.

Para isso, o agrônomo Nilson Maia, do Centro de Análise e Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Horticultura do IAC, desenvolveu estudos com algumas espécies de hortaliças que tem teor de linalol. Pela destilação por arraste de vapor – técnica mais comum de extração – Nilson constatou a presença do óleo no manjericão ( 30%) , na cânfora (56%), na planta de origem mexicana, linaloe (17%), algumas espécies de citros (22%), no loro (43%) e pau-rosa (86%). Embora seja uma das que possui um dos menores percentuais do óleo em sua composição, o manjericão, usado na culinária, foi o que apresentou maiores vantagens por ter maior potencial agrícola, demorando apenas quatro meses para crescer, além de poder ser colhido várias vezes por ano. Já o cultivo do pau-rosa toma aproximadamente três décadas.

A pesquisa foi financiada pelo Conselho Nacional de Pesquisa Federal (CNPQ) e requer agora novos investimentos para entrar nas etapas seguintes, destinadas à obtenção de aumento da qualidade e da quantidade de óleo produzido. O trabalho pretende tornar-se um projeto com valor de comercialização, principalmente para o mercado externo.

O IAC está em contato com empresas estrangeiras para conseguir recursos e assim aprimorar as pesquisas fitotécnicas (relativas a área e tipo de solo) e a técnica de extração do óleo por meio da extração por fluído super crítico (uso do CO2 sob pressão no lugar do vapor d’água para retirar uma quantidade muito maior do óleo essencial da planta).