Pesquisa: IAC disponibiliza estudo de adubação para coco no Estado

A pesquisa completa está no site do IAC

sex, 06/05/2005 - 14h33 | Do Portal do Governo

Os cultivos de coco extrapolaram áreas do Nordeste e chegaram a São Paulo, fazendo os produtores embarcarem nesse novo destino do agronegócio, apesar da falta de bagagem de conhecimentos.

Nesse movimento de mercado, a sede de tecnologia dos agricultores contrasta com o desejo dos consumidores. A busca por uma alimentação mais saudável ou por um refresco nos momentos de calor ou após exercícios físicos – essas situações estão entre as causas de aumento da procura pela água de coco verde.

Todos esses fatores somados esquentam o comércio desse produto rico em vitaminas e sais minerais, aumentando as áreas com cultivo do coco no Estado de São Paulo. De 1993 a 2003, a área paulista destinada ao plantio da fruta saltou de cem para 2.625 hectares. Apesar desse crescimento de 26 vezes (!), ainda não havia uma recomendação de adubação para o cultivo de coco em São Paulo e toda a atividade vem sendo feita com base nas orientações adotadas no Nordeste.

Para saciar a sede de tecnologia e ajudar o produtor a resolver essa deficiência, o Instituto Agronômico (IAC) concluiu uma pesquisa que resultou na elaboração de uma recomendação de adubação para a cultura do coco no Estado. Quem adquiriu o Boletim 100 do IAC, no formato eletrônico, poderá atualizá-lo gratuitamente, obtendo a tabela de adubação de coco no site do IAC – www.iac.sp.gov.br . A atualização poderá ser feita a partir do dia 16 de maio de 2005.

O pesquisador do IAC, Luiz Antonio Junqueira Teixeira, explica que o cultivo de coqueiro em São Paulo teve grande expansão nos últimos anos em virtude do consumo de água de coco. Para essa finalidade, são cultivados coqueiros da variedade anã. ‘Mas a cultura é nova por aqui e os plantios foram feitos com base nas recomendações decorrentes da experiência do Nordeste’, diz. Isso pode resultar em vários equívocos porque a adubação deve ser adaptada às variedades cultivadas e condições de solo e clima de cada região.

‘Sem uma recomendação de adubação adequada há risco de produção menor e de degradação do solo’, afirma o pesquisador. Isso porque após alguns anos de cultivo sem reposição dos nutrientes extraídos pelas plantas a produção declina devido à exaustão das reservas do solo.

Teixeira explica que a adubação e a calagem (processo de correção de acidez do solo) são os fatores de produção que apresentam melhor relação custo-benefício, isto é, com menor investimento tem-se bons rendimentos. Os gastos com adubação giram em torno de 15% dos custos de produção. Esse investimento no momento certo e na proporção adequada é fundamental para manter o negócio, pois a ampliação da área e da concorrência reduziu as margens de lucro, situação que requer maior eficiência no manejo da cultura. Teixeira ressalta que a recomendação é importante porque boa parte dos solos paulistas é deficiente em potássio, elemento bastante exigido pela cultura do coco. ‘Se não corrigir, vai degradar o solo e, a médio prazo, pode inviabilizar o cultivo’, afirma o pesquisador do IAC.

Com o apoio da FAPESP e em parceria com a UNESP-Ilha Solteira e um produtor de Pereira Barreto, o IAC, órgão da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizou um experimento em campo que subsidiou a elaboração de uma tabela de adubação para a cultura. ‘O que não existia até agora!’, destaca.

O pesquisador explica que essa é a primeira recomendação de adubação para o cultivo de coco em São Paulo e que ela poderá, com o tempo, ser ajustada em função de novos resultados de pesquisa.