Investimentos privados anunciados no Estado de São Paulo em 2001
A Fundação Seade divulgou nesta segunda-feira, dia 29, os resultados da Pesquisa de Investimentos Privados no Estado de São Paulo para 2001. Realizada desde 1998, em parceria com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, que até então fazia o levantamento de forma autônoma, esta pesquisa tem o propósito de identificar os anúncios de novos investimentos no Estado de São Paulo. Entre suas finalidades, destaca-se a de fornecer aos setores público e privado indicações a respeito das tendências de expansão da atividade produtiva no Estado de São Paulo, nos níveis regional e setorial.
Deve-se ressaltar que o objetivo desta pesquisa é o de coletar apenas os investimentos produtivos anunciados, ou seja, aqueles que, uma vez realizados aumentarão a capacidade produtiva da economia, passando a contribuir para o aumento da produção de bens e serviços e, conseqüentemente, para a geração de empregos em caráter permanente. Destaca-se, ainda, que, atendendo a recomendações da ONU e do próprio IBGE para o cálculo da taxa de investimento do setor privado nas contas nacionais, as empresas estatais, por ofertarem bens e serviços no mercado segundo a mesma lógica das empresas privadas, foram equiparadas a estas para efeito da coleta de anúncios de investimentos.
Principais tendências
A pesquisa revela que os investimentos no Estado de São Paulo se mantiveram estáveis em 2001, totalizando US$ 23,5 bilhões. Esse montante foi praticamente igual (-0,09%) àquele coletado pela pesquisa em 2000. A Região Metropolitana de São Paulo – RMSP e Interior se equilibram na capacidade de atrair novos investimentos privados
Do total de investimentos anunciados, US$ 9,7 bilhões destinaram-se aos municípios localizados na Região Metropolitana de São Paulo, o que representa 41,5% do valor total anunciado. Os municípios do interior registraram anúncios de investimentos que chegam a US$ 9,1 bilhões, correspondendo a 38,6% do total. Outros US$ 4,7 bilhões, ou seja, 20% do total foram destinados para diversos municípios do Estado, inclusive da RMSP, sem que se pudesse distinguir o montante específico destinado a cada localidade. Portanto, é possível afirmar que há um relativo equilíbrio na distribuição das intenções de investimento entre essas duas áreas do Estado.
Investimentos destinados aos serviços superam os destinados à indústria no Estado de São Paulo
Pela análise da distribuição setorial dos investimentos, verifica-se que aqueles destinados à indústria, em 2001, correspondem a US$ 10,2 bilhões, o que equivale a 43,4% do total anunciado. Para o setor de serviços, foram anunciados US$ 12,6 bilhões, representando 53,7% do total anunciado. O comércio anunciou investimentos de US$ 632,72 milhões, ou apenas 2,7% do total. Comparando-se esses valores com os do ano anterior, observa-se que os anúncios de investimentos registraram queda de 29,4%, para o setor industrial, e aumento de 50,3%, para os serviços, e de 0,97%, para o comércio.
Na Região Metropolitana de São Paulo os serviços comandam a expansão da atividade econômica; no Interior quem comanda é a indústria. Quando se analisa a distribuição setorial dos investimentos a partir da clivagem RMSP/Interior, verifica-se que, dos investimentos anunciados para a indústria, 17% destinavam-se a municípios da RMSP e 62% àqueles localizados no interior. Entre os investimentos dirigidos ao setor de serviços a situação se inverte: 60% destinam-se à RMSP e 25% aos municípios do interior.
Telecomunicações e energia comandaram a expansão dos investimentos em 2001
As informações por subsetor indicam que, em 2001, as atividades de telecomunicações registraram o maior volume de anúncios de investimentos, com 14,3% do total. Em segundo lugar ficou o subsetor de eletricidade, gás e água quente (13,8%), vindo em seguida o de transporte aéreo (13,1%), as atividades imobiliárias (9,6%) e o de transporte terrestre (8,4%).
Maior presença de pequenos e médios investidores
No que diz respeito ao número e ao valor médio dos empreendimentos, verifica-se a mesma tendência do ano anterior, ou seja, há uma redução no valor médio dos investimentos anunciados e um aumento na quantidade de empreendimentos. Em 2000, a pesquisa coletou 1.062 anúncios de investimentos com um valor médio de US$ 22 milhões, por empreendimento. Em 2001 a pesquisa levantou 1.519 anúncios de empreendimentos com valor médio de US$ 16 milhões, ou seja, ocorreu um aumento de 38% no número de empreendimentos e o valor médio de cada um deles caiu 27%.
Interior atrai mais alta tecnologia que a RMSP
A análise dos investimentos anunciados na indústria mostra que, em 2001, aproximadamente 19% dos novos investimentos anunciados destinaram-se aos subsetores de alta e média alta tecnologia, 47% aos de média baixa tecnologia e 34% àqueles de baixa tecnologia. Registre-se, ainda, que, do total de investimentos anunciados em alta e média alta tecnologia na indústria do Estado de São Paulo, 40% destinaram-se aos municípios da RMSP e 60% aos localizados no interior.
No setor de serviços verifica-se que, do total de US$ 12,6 bilhões anunciados em 2001 para o Estado de São Paulo, 55% destinaram-se aos subsetores de alta e média alta intensidade tecnológica e 45% àqueles de baixa e média baixa tecnologia. A RMSP participou com 52% dos investimentos em alta e média alta tecnologia e o interior do Estado com 48%. No entanto, quando se desagrega ainda mais essa classificação, considerando-se apenas os investimentos em alta tecnologia do setor serviços, a situação é menos favorável à RMSP, uma vez que apenas 15% dos investimentos totais anunciados em subsetores de alta tecnologia destinaram-se aos municípios da RMSP e 85% àqueles do interior.
Investimentos nacionais superam os estrangeiros
Quando se observam os investimentos anunciados em 2001, para o Estado de São Paulo, segundo a origem do capital controlador da empresa, verifica-se que os empreendimentos controlados por capital nacional responderam por 69% dos investimentos anunciados, o que, em termos absolutos, corresponde a US$ 16,1 bilhões. Os restantes US$ 7,4 bilhões, ou seja, 31% do total tiveram origem em empreendimentos controlados por capital estrangeiro.
Investimentos em ampliação superam na RMSP e, em implantação, no Interior
A pequisa revelou que 43% dos investimentos anunciados em 2001 destinavam-se à ampliação de unidades já em funcionamento no Estado de São Paulo, 46% à implantação de novas unidades e 11% à modernização de unidades já em funcionamento.
Desagregando-se essas informações por regiões do Estado, observa-se que na Região Metropolitana de São Paulo, 42% do valor dos investimentos anunciados referem-se à implantação de novas unidades, 49% à ampliação e 9% à modernização das unidades já em funcionamento. No caso do interior, 39% dos anúncios de investimento destinavam-se à ampliação das unidades existentes, 11% à modernização e 48% à implantação de novas unidades.
