A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) divulga nesta quarta-feira, 29 de agosto, estudo inédito sobre a participação de mulheres e homens negros no mercado de trabalho da Grande São Paulo. A pesquisa tem a intenção de contribuir para os debates que ocorrerão na III Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Conexas de Intolerância, promovida pela ONU, a ser realizada na África do Sul, entre 31 de agosto e 7 de setembro.
O boletim tem o apoio do Fundo para Igualdade de Gênero do Canadá, do Conselho Estadual da Condição Feminina, da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, e do Dieese.
O estudo mostra que há uma maior proporção de mulheres negras (se comparado com as não-negras) participando do mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas. No entanto, as negras encontram maior dificuldade de inserção.
Em 2000, uma em cada quatro mulheres negras participantes do mercado de trabalho estava sem ocupação, enquanto para as não-negras a proporção foi de uma para cada cinco. Para os homens negros a situação também foi desfavorável.
Os ocupados negros apresentam, em geral, níveis de instrução inferiores àqueles verificados para os não-negros. Isso reforça o círculo vicioso que acarreta a sua inserção ocupacional em postos de baixa qualificação, mais precários e vulneráveis. Tanto que em relação ao tipo de ocupação, as negras são maioria nos serviços domésticos, e a proporção de homens negros empregadores é bem menor que homens e mulheres não-negros. Além disso, em postos de direção, gerência e planejamento, os negros têm participação pouco expressiva.
Os dados do estudo mostram, também, diferenciais de rendimentos entre os trabalhadores negros e não-negros que possuem os mesmos níveis de instrução.
O estudo será divulgado em edição especial do boletim Mulher&Trabalho, que será distribuído e analisado em coletiva de imprensa, às 10h30, na Av. Cásper Líbero, 464.
