Pesquisa: Estudo do IPq comprova que reposição hormonal requer cautela

Trabalho envolveu 59 mulheres, entre 45 e 56 anos

qui, 29/05/2003 - 20h40 | Do Portal do Governo

Pesquisa realizada por uma equipe do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, liderada pelo psiquiatra Joel Rennó Junior, coordenador do Projeto de Atenção à Saúde Mental da Mulher (Pro-Mulher) do IPq, estudou os efeitos da terapia de reposição estrogênica sobre o humor, a ansiedade e memória de mulheres menopausadas.

O trabalho envolveu 59 mulheres, entre 45 e 56 anos, divididas aleatoriamente em dois grupos, um que tomava hormônio (estrogênio eqüino conjugado 0,625 mg diário); e outro que recebia substância inócua (placebo).

Todas estavam na menopausa há pelo menos dois anos e apresentavam sintomas depressivos, ansiedade e queixas de memória. Eram pacientes típicas de clínicas ginecológicas de menopausa, provenientes do ambulatório de ginecologia do Hospital das Clínicas; do Pro-Mulher do IPq e do Hospital Pérola Byington de São Paulo.

O tempo de seguimento do estudo foi de seis ciclos de 28 dias, ou seja, aproximadamente seis meses. Os testes cognitivos e as escalas psicométricas (avaliação do humor e ansiedade) foram aplicados no início e no final do estudo. As pacientes foram acompanhadas mensalmente para controle de dosagens hormonais, checagem de possíveis efeitos colaterais e aderência ao tratamento.

Os resultados negativos inéditos alcançados, indicam que a terapia de reposição hormonal (TRH) deve ser avaliada minuciosamente e individualmente para cada paciente. Em vista dos fatos, de acordo com Joel Rennó, só se deve administrar a TRH após avaliação ginecológica e psiquiátrica detalhadas e discutindo-se com as pacientes os riscos e os benefícios. Se os benefícios superarem os riscos, e isso significar melhora da qualidade de vida, as pacientes podem fazer uso dessa terapia. Caso contrário, outras alternativas devem ser viabilizadas.

O psiquiatra ressalta ainda que pacientes na perimenopausa (período que se inicia com a queda dos hormônios e pode persistir até um ano após a menopausa) e mais jovens se constituem em um grupo com maiores chances de resposta favorável à TRH, quando comparadas com as menopausadas e mais idosas.

Mais detalhes da pesquisa serão apresentados na I Jornada de Saúde Mental da Mulher, que terá participação do IPq e será realizada nos dias 30 e 31 de maio, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Assessoria de Imprensa do Ipq – Agência USP