Pesquisa: Estrela mais antiga alimenta dúvidas sobre a formação do Universo

Estrela tem 12 a 15 bilhões de anos

seg, 13/01/2003 - 19h19 | Do Portal do Governo

Ela ainda brilha como a estrela mais antiga do Universo. Pode ser que a qualquer momento surja outra, ainda mais velha, já que a pesquisa só deve terminar em dois anos, mas a descoberta desse fóssil cósmico com 12 a 15 bilhões de anos, situado a 36.000 anos-luz de distância (um ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros), abriu uma saída numa labiríntica busca que durava 20 anos e havia mobilizado uma equipe internacional de pesquisadores, com uma intensa participação de Silvia Rossi, astrônoma da Universidade de São Paulo (USP). Com seu sutil lirismo, apoiado em lembranças, músicas ou poesias retidas na memória, esse raro objeto celeste despontou como fonte de admiração e, para os cientistas, de dúvidas, especialmente sobre os processos pelos quais as primeiras estrelas se formaram. Parece haver mais de um roteiro pelo qual nasceram os primeiros corpos celestes com luz própria.

Até que essa estrela fosse registrada pela primeira vez às 2 horas da madrugada de 12 de novembro de 2001 num telescópio da Austrália, confirmada dez semanas depois num aparelho mais potente, no Chile, e anunciada ao mundo há três meses, num artigo na edição de 31 de outubro da revista científica Nature , pensava-se que os metais, sobretudo o ferro, fossem indispensáveis para resfriar e adensar as nuvens precursoras das estrelas, formadas por hidrogênio e hélio. Mas a estrela hoje vista como a mais antiga, cuja descoberta resulta do trabalho coordenado por um físico de 36 anos, Norbert Christlieb, da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, exibe uma escassez de metais nunca observada: 200 mil vezes menos que o Sol e 20 vezes menos que a ex-mais antiga, conhecida pela sigla CD -38°245, pelo menos 2 bilhões de anos mais nova, que se manteve no posto durante dois anos.

Carlos Fioravanti – Revista Fapesp


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