Pesquisa: Elevação nas taxas de proteína explica o ganho de peso

Esse aumento de peso geralmente antecede o excesso de glicose no sangue

sex, 27/12/2002 - 19h16 | Do Portal do Governo

O perfil da maioria das pessoas que recebe o diagnóstico de diabetes melito do tipo 2, forma responsável por 90% dos casos da doença, é semelhante.

Quando são informados de que apresentam excesso de glicose no sangue, os pacientes exibem geralmente alguns traços comuns: raramente têm menos de 40 anos, costumam ostentar uns bons quilos extras em sua silhueta e seus tecidos se mostram mais resistentes à ação da insulina, hormônio responsável pelo controle da taxa de açúcares no sistema circulatório.

Um trabalho conduzido pela equipe do endocrinologista Ubiratan Machado, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB/USP), pode ter revelado uma pista importante sobre os mecanismos biológicos que favorecem, inicialmente, o surgimento da obesidade em pessoas ainda sadias e, mais tarde, do diabetes, quando esses indivíduos se tornam resistentes à ação da insulina. No Brasil, o diabetes do tipo 2 atinge 7,6% da população urbana com idade de 30 a 69 anos, o equivalente a 4,5 milhões de pessoas.

Estudos com camundongos submetidos a tratamento com glutamato monossódico – que provoca acelerado ganho de peso e leva a quadro clínico análogo ao do diabetes – mostram que, ao longo da vida dos animais, a grande variação nas taxas de uma proteína transportadora de glicose, o Glut 4, em certos tecidos, sobretudo os adiposos (ricos em gordura), parece ser determinante para a ocorrência desses dois eventos. Como um pêndulo, as taxas dessa proteína oscilam para cima e para baixo, sem uma causa totalmente conhecida.

Da Revista da Fapesp
Marcos Pivetta

C.A