Pesquisa: Cientistas da Esalq investigam composição química do eucalipto

Pesquisa pretende fazer transgênicos de eucaliptos

seg, 28/07/2003 - 17h01 | Do Portal do Governo

Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo trabalham num projeto para alterar a composição química da madeira do eucalipto. A idéia é obter material genético com mais qualidade, diminuindo os custos do processo industrial da produção de papel e a extração da árvore, que é a mais utilizada no Brasil.

Intitulada “Alteração da Qualidade da Madeira em Eucalipto”, a investigação genética está sendo realizada em parceria com o Instituto Uniemp, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e patrocínio da Companhia Suzano de Papel e Celulose.

Alteração genética

Para obter mais celulose e aumentar a qualidade da madeira e a produção de papel, os cientistas do laboratório de genética Max Feffer, da Esalq, querem alterar os genes responsáveis pela composição química da parede celular do eucalipto.

Para isso, o grupo de 40 pesquisadores vai utilizar técnicas de biotecnologia, como transgenia, genômica, proteômica e bioinformática. De acordo com o professor do Departamento de Genética da Esalq e coordenador do projeto, Carlos Alberto Labate, os genes foram identificados e isolados.

‘Estamos desenvolvendo a pesquisa para reduzir o teor de lignina e de outros produtos existentes na madeira, difíceis de extrair no processo de produção do papel. Com isso, será possível aumentar a concentração de celulose, melhorar a qualidade da madeira e obter composição química adequada para a indústria.’

Eucaliptos transgênicos

O próximo passo da pesquisa – que teve investimento de US$ 2 milhões – é fazer os transgênicos de eucaliptos. A previsão é que ela comece nos próximos dois meses. Finalizada essa etapa, terão início os ensaios de campo com plantações das mudas geneticamente modificadas, a partir de 2005.

“Com essas alterações genéticas e a inibição do gene da lignina do eucalipto, os custos para obtenção de celulose serão menores, garantindo maior produção. Outra vantagem é que será usada a mesma quantidade de madeira para conseguir mais quantidade de celulose”, explica Labate.

O professor acrescenta que os resultados deverão levar a um menor impacto ambiental, porque haverá diminuição da quantidade de compostos químicos e de resíduos no processo de extração da celulose. Outras vantagens serão a redução do uso da água utilizada e menor perda de celulose.

Da Agência Imprensa Oficial/Claudeci Martins /L.S.