Pesquisa: Campus da Unesp de Ilha Solteira desenvolve veículo movido a energia solar

Veículo tem energia suficiente para funcionar mesmo quando acaba a luz

sex, 01/08/2003 - 10h20 | Do Portal do Governo

Do Portal da Unesp
Por Henriques e Figueiredo

A busca por fontes de energia alternativas ao petróleo é uma questão de importância mundial, já que este combustível é um recurso natural não-renovável e sua utilização excessiva contribui para o desequilíbrio ambiental. Esse desafio tem movido o físico Cláudio Luiz de Carvalho, da Faculdade de Engenharia (FE) da UNESP, campus de Ilha Solteira, a construir um veículo movido a energia solar.

‘Mais importante que montar um veículo é priorizar a busca por uma fonte de energia ecológica interminável’, afirma Carvalho, docente do Departamento de Física e Química, que conta com a participação dos alunos Érico Zambianco de Figueiredo, quartanista do curso de Engenharia Mecânica, e Luiz Fernando Henriques, quintanista de Engenharia Elétrica.

O veículo é formado por um triciclo, um motor de corrente contínua -que pode ser ligado a uma bateria – e painéis solares, que captam a energia solar e a convertem em energia elétrica. ‘As partes elétrica e mecânica foram adaptadas de modo a construir circuitos eletrônicos, e o triciclo foi adaptado para transportar pequenas cargas’, explica Carvalho.

A luz solar incide sobre o painel formado por cristais de silício e consegue ‘arrancar’ elétrons destes cristais de maneira organizada. Ao entrar em circulação, eles formam uma corrente elétrica. ‘O excesso de sol em determinadas horas do dia produz energia excedente, que é acumulada no sistema de baterias acoplado ao triciclo. Desta maneira, o veículo tem energia suficiente para funcionar mesmo quando a luz acaba’, diz Carvalho. ‘A cidade de Ilha Solteira foi considerada ideal para sediar o projeto por ser uma região plana e quente.’

O veículo apresenta diversos benefícios, principalmente ambientais. ‘O painel solar dura cerca de 20 anos e integra um sistema 100% limpo, que utiliza uma fonte de energia infinita’, diz Carvalho. Uma de suas poucas desvantagens é o baixo rendimento e potência. ‘Os painéis conseguem aproveitar apenas cerca de 10% da luz captada. Neste sentido, a combustão ainda é mais eficiente’, diz Carvalho.

O Departamento de Física e Química da FE também realiza pesquisas com painéis solares para o aproveitamento dessa energia alternativa na unidade. A Pró-Reitoria de Extensão Universitária (Proex) financiou parte do projeto, que também teve o apoio das empresas Bosch e Ajax, que colaboraram, respectivamente, com motores automotivos para tração do triciclo e baterias para armazenamento da energia coletada pelos painéis solares. ‘No final de todo o processo, um veículo deve custar cerca de R$ 4 mil’, conclui Carvalho.

Mais informações podem ser obtidas no site: www.unesp.br

V.C.