Pesquisa: Brasileiros vêem a mais antiga e distante explosão de uma estrela

Matéria é destaque da Revista Pesquisa Fapesp

seg, 17/10/2005 - 15h08 | Do Portal do Governo

Astrofísica
Nos confins do Universo

Brasileiros vêem a mais antiga e distante explosão de uma estrela

Marcos Pivetta

Às 3 horas, 7 minutos e 21 segundos do dia 4 de setembro, o satélite Swift, da Nasa, a agência espacial norte-americana, mandou um alerta para os astrofísicos de plantão: aparelhos a bordo da espaçonave tinham acabado de captar indícios do que poderia ser uma explosão de raios gama nos confins da constelação de Peixes.

Podia ser um evento estelar importante ou mais uma ocorrência sem maiores predicados. Telescópios baseados em terra, situados nas mais diversas latitudes, deram uma pausa em suas observações de rotina e voltaram rapidamente seus espelhos para as coordenadas cantadas pelo Swift (equipamentos profissionais não dispõem de lentes, mas de espelhos).

Oitenta e seis segundos após o aviso, o Tarot, um observatório na Côte d’Azur, já registrava a região indicada pelo satélite. Um esforço em vão. Suas imagens não mostravam explosão alguma e, às 7h23, os astrônomos franceses soltaram um informe do que haviam visto. Nada demais. Trinta e cinco minutos mais tarde, nova resposta negativa, agora do pequeno telescópio Palomar, na Califórnia.

O cenário começou a mudar às 10 horas, sempre no horário de Greenwich. Operado por um jovem astrofísico paulista, Eduardo Cypriano, o Southern Observatory for Astrophysical Research, ou simplesmente Soar, um telescópio localizado no começo do deserto de Atacama, mais precisamente no Cerro Pachon, uma montanha de 2.700 metros de altitude dos Andes chilenos, soltou um informe alvissareiro: tinham captado as primeiras imagens do possível estouro estelar.

Ainda não dava para dizer há quanto tempo o misterioso fenômeno havia acontecido, nem precisar exatamente de que se tratava. E o evento só era avistável nos comprimentos de ondas equivalentes ao infravermelho, mas não nas freqüências ópticas, de luz visível. Por isso havia incertezas em torno de sua natureza.

“Podia ser poeira cósmica ou uma explosão com alto redshift (em português, deslocamento para o vermelho, jargão para designar eventos siderais muito longínquos)”, diz Cypriano, que contou com a ajuda de outra astrofísica de São Paulo, Elysandra Figueredo, sua mulher, no trabalho de processamento das imagens.

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