Pecuária: SP está pronto para reforçar exportações de carne bovina

Estado está há oito anos sem registrar um único foco de febre aftosa

seg, 05/01/2004 - 9h08 | Do Portal do Governo

O Brasil, sobretudo o Estado de São Paulo, principal centro consumidor e exportador de carne bovina do País, está pronto para atender uma possível demanda adicional por parte dos países importadores que deixaram de comprar o produto dos Estados Unidos depois do surgimento, em dezembro, de um caso de encefalopatia espongiforme bovina – BSE), conhecida mundialmente como doença da “vaca louca”.

“As indústrias brasileiras, principalmente as paulistas, têm capacidade para atender prontamente qualquer país consumidor de carne que eventualmente necessite preencher o espaço deixado pelos exportadores norte-americanos por conta da adversidade ocorrida com aquele país”, afirma Duarte Nogueira, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Para o secretário é hora de o Brasil aumentar os seus investimentos em sanidade e reforçar suas exportações de carne bovina, focando as atenções em países consumidores como Japão, Coréia do Sul, Cingapura, Taiwan, Rússia, entre outros. No entanto, primeiramente os setores público e privado precisam encontrar soluções que eliminem barreiras sanitárias envolvendo alguns desses países importadores, como o Japão e Coréia do Sul, principais compradores da carne dos EUA e que ainda não firmaram acordos comerciais com os exportadores brasileiros.

No que tange o setor de produção e a parte de sanidade animal, São Paulo há muito tempo vem servindo de exemplo para os demais estados produtores de carne bovina do país, de acordo com Nogueira. “Os frigoríficos paulistas são responsáveis por mais de 70% das exportações do produto e São Paulo está há oito anos sem registrar um único foco da doença da febre aftosa”, ressalta o secretário.

Nogueira lembra que na última campanha oficial de vacinação contra a febre aftosa, realizada no mês de novembro em todo o Estado de São Paulo, foram vacinados 99,42% do rebanho paulista, de 14,4 milhões de cabeças, um novo recorde na história das campanhas.

“Temos conseguido registrar seguidos recordes na campanha, o que mostra o importante trabalho realizado pela equipe técnica da Defesa Agropecuária, órgão ligado à Secretaria, e também comprova o grande interesse dos pecuaristas e da iniciativa privada no combate dessa doença”, diz Nogueira

O Brasil é dono do maior rebanho comercial do mundo e não por acaso tornou-se este ano o principal exportador mundial de carne bovina, desbancando seus dois principais concorrentes, a Austrália e próprio Estados Unidos. “Além da abundância de matéria-prima, temos ainda capacidade instalada para exportar, com frigoríficos modernos e competitivos, capazes de atender o crescimento das exportações no médio e longo prazo, e também portos eficientes, como o Porto de Santos, uma das principais vias de escoamento dos produtos agropecuários”, afirma o secretário.

Outro diferencial importante da carne brasileira, de acordo com o secretário, é o fato de o Brasil produzir o chamado boi de capim, “um animal natural, totalmente herbívoro e também livre da aplicação de hormônios de crescimento”. Esse sistema adotado nas propriedades brasileiras, com alimentação via pasto e rações vegetais, coloca o Brasil na lista dos países que têm chances mínimas (praticamente zero, conforme classificação da Comissão Européia) de um possível contágio de “vaca louca” — a doença se manifesta em animais que ingeriram ração derivada de farinha de osso e restos de carne dos frigoríficos.

Da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento

(LRK)