Pecuária: Secretaria da Agricultura exerce controle sobre bovinos importados

Criadores trabalham em conjunto com a Secretaria para manter a sanidade do rebanho paulista

qua, 07/01/2004 - 9h07 | Do Portal do Governo

Os animais são rastreados e acompanhados de acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em 2001. Pela norma, estes animais, quando terminada sua vida reprodutiva, são passíveis de sacrifício, através de solicitação formal de seus proprietários. Desses animais são colhidos materiais (tronco encefálico) para exames laboratoriais, como medida de vigilância para a BSE – encefalopatia espongiforme bovina ou mal da vaca louca. Após este procedimento, os animais são incinerados na propriedade, garantindo que essa carne não seja destinada ao consumo. O proprietário poderá ser indenizado pelo MAPA, após avaliação feita por uma comissão composta por técnicos oficiais e representantes de associações de criadores.

Desde 1996 só se permite a importação de gado bovino de países onde não houve a ocorrência de casos autóctones, ou que não sejam considerados de risco para a BSE.

No estado de São Paulo, 144 propriedades com animais importados estão cadastradas, com 2.717 cabeças. Destas, 1.638 estão vivas, sendo que 211 foram abatidas e 733 tiveram morte natural anteriormente ao rastreamento, e 135 foram sacrificadas, com acompanhamento oficial. Esses animais foram importados de 13 países (Argentina, México, Paraguai, Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido, Suíça e Luxemburgo). À exceção de México, Argentina e Paraguai, os demais países mencionados estão com importação de bovinos proibidas devido à ocorrência da BSE. “O rebanho paulista está mais que seguro, pois o rastreamento permite saber a origem, a idade e quando estes animais serão sacrificados”, afirma o secretário de agricultura e abastecimento, Duarte Nogueira.

Um exemplo dessa medida acontece nesta quarta-feira, dia 7, pela manhã, na Fazenda São Judas Tadeu do Chapadão, município de Porto Feliz. O proprietário Amilcar Farid Yamim, criador das raças Guzerá e Nelore, solicitou o sacrifício de 9 cabeças, sendo 4 touros e 5 fêmeas da raça Limousin, importados da França antes de 1996, devido ao término da vida reprodutiva desses animais. Técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária estarão presentes na propriedade e adotarão todas as medidas preconizadas. “É importante salientar que esses animais não irão para o consumo, por se originarem de um país com restrição de importação”, diz o Secretário.

O coordenador da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, médico veterinário Heinz Otto Hellwig, afirma que em 2003 foram encaminhadas aos laboratórios 259 amostras para análise de BSE, todas com resultados negativos. Destas, 135 foram de animais importados, 25 de bovinos com sinais clínicos de distúrbio nervoso e negativas para a raiva dos herbívoros, 3 oriundas de animais submetidos a abate de emergência em frigoríficos e 96 de uma amostragem que a Secretaria faz de animais abatidos em matadouros.

“Cada vez mais os pecuaristas trabalham em conjunto com a Secretaria para a sanidade do rebanho paulista. Uma prova disso é o recorde no índice de cobertura da campanha da vacinação contra a febre aftosa, realizada durante o mês de novembro. Alcançamos 99,42% de cobertura vacinal para um rebanho de mais de 14 milhões de cabeças. Há oito anos São Paulo não apresenta nenhum foco de febre aftosa”, afirma o secretário. Para ele, o nosso boi verde – aquele que come somente capim e grãos – está livre dos perigos da vaca louca.

Os frigoríficos paulistas foram responsáveis por mais de 70% das exportações de carne bovina em 2003 e o Brasil passou a ser o maior exportador mundial desse produto no ano passado. “Com a crise da vaca louca nos Estados Unidos, temos a grande chance de conquistarmos novos mercados e a sanidade de nosso rebanho é a grande vantagem que possuímos”, afirma Nogueira.

(LRK)