A primeira fase da campanha de vacinação obrigatória contra a brucelose no Estado de São Paulo, dirigida especialmente ao rebanho de fêmeas das espécies bovinas e bubalinas, com idades entre três e oito meses, teve resultado bastante satisfatório, segundo técnicos da Agência de Defesa Agropecuária (Adaesp), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento.
Entre julho a dezembro de 2002, primeiro período de campanha, a Adaesp registrou 298,1 mil fêmeas vacinadas de um universo total de 987,2 mil bezerras em todo o Estado de São Paulo, o que correspondeu a um índice de vacinação de 30%.
É um índice bastante satisfatório, dizem os técnicos da Adaesp, considerando o pouco tempo de campanha oficial (apenas seis meses) e o fato de que ainda não está sendo aplicada a penalidade com multas para o criador que não aderir ao programa de vacinação.
A meta é chegar a 50% dos animais vacinados até o final de junho de 2003, período que termina a segunda etapa da campanha. Até o fim do ano, o objetivo é alcançar a marca de 70% de bezerras vacinadas.
Ao contrário de campanha obrigatória de vacinação contra a febre aftosa, realizada duas vezes ao ano (nos meses de maio e novembro), a de brucelose tem caráter permanente, ou seja, os criadores podem vacinar o seu rebanho a qualquer momento, basta procurar um dos 40 Escritórios de Defesa Agropecuária (EDA) espalhados pelo Estado para receber as orientações adequadas.
Nesta primeira etapa de campanha, a Adaesp procurou conscientizar os criadores da existência da campanha obrigatória de vacinação contra a brucelose, doença que causa aborto nos animais entre o sétimo e oitavo mês de gestação, retenção de placenta, infecção uterina, artrites e inflamação na genitalia.
Além de trazer prejuízo financeiro aos criadores, a brucelose é uma ameaça ao homem, já que ela é uma zoonose, podendo causar esterilidade, orquites (inflamação dos testículos) e artrites.
Para atrair a atenção dos problemas causados pela brucelose e fazer com que os criadores passem a vacinar seus animais, a Adaesp promove palestras de orientação aos pecuaristas e demais integrantes da cadeia produtiva em todo o Estado de São Paulo. A agência conta com a parceria dos laboratórios fabricantes da vacina, que além de disponibilizar o material em quantidade necessária para o bom desenvolvimento do programa, participam das palestras de conscientização.
A vacina contra brucelose é aplicada uma única vez em cada animal e só pode ser realizada por médicos veterinários cadastrados pela Adaesp tratar-se de uma vacina composta por bactérias vivas e de grande riscos aos aplicadores. A Agência de Defesa conta hoje com 2,1 mil veterinários cadastrados para a campanha.
A partir de outubro, a Adaesp dará início a fase de fiscalização nas propriedades e aplicação de multas aos pecuaristas que não vacinaram seus animais, no valor de 5 UFESP por cabeça, o equivalente a cerca de R$ 55,00.
Ainda não existem zonas livres da doença no Brasil. A partir do programa de vacinação, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo pretende, no futuro próximo, certificar as propriedades livres de brucelose.
