Parceria: USP e empresa privada desenvolvem retificadora de alta velocidade

O Brasil é o oitavo país a produzir o equipamento

seg, 24/11/2003 - 20h39 | Do Portal do Governo

Uma retificadora de alta velocidade, com tecnologia nacional inédita, foi desenvolvida pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP em parceria com a empresa Zema Zselics – além da GE Fanuc e a Saint Gobain Abrasivos. A Zema – com dez anos de pesquisas conjuntas com a EESC – já vendeu três unidades industriais e o protótipo permanecerá na Universidade para o aprimoramento de sua aplicação. ‘Agora, o Brasil mantém-se em pé de igualdade com um seleto grupo de países que possuem este tipo de conhecimento’, conta João Fernando Gomes de Oliveira, professor da Escola de Engenharia de São Carlos da USP.

A máquina, registrada como Numerika G-800-CBN-HS, é responsável pela manufatura de peças que exigem extrema precisão em seu acabamento. Ela pode fabricar componentes mecânicos, como os usados no sistema power train dos automóveis, motores da indústria aerospacial, e até sistemas mais simples, como peças de eletrodomésticos.

‘A retificação á aplicada em todo sistema mecânico que necessita de precisão para o correto funcionamento. No caso automobilístico, 25% do tempo de produção dos componentes de precisão é gasto nas operações de retificação, o que corresponde a 20% de seu preço final’, diz o especialista.

O Brasil é o oitavo país a produzir o equipamento. Alemanha, Estados Unidos, Suíça, Itália, Inglaterra, Japão e Espanha orquestram o mercado responsável pela ‘produção da alma das máquinas mecânicas’. Gomes de Oliveira ressalta que, por enquanto, um impacto da inclusão do Brasil neste restrito grupo será sentido apenas internamente, porém, a competitividade tende a aumentar.

‘Para o protótipo foram investidos cerca de 250 mil dólares e este valor foi financiado inteiramente pelas empresas envolvidas. O valor de mercado é menor que o do protótipo e há máquinas que chegam ao custo de um milhão de dólares. Com isso, se tem a vantagem da versão nacional ter menor preço e valor de manutenção mais baixo’, explica.

Parceria universidade-empresa

Segundo o professor, a aproximação de empresários com universidades possibilita o desenvolvimento de pesquisas conjuntas que diminuam a diferença existente entre a indústria nacional e estrangeira.

Neste sentido, a região de São Carlos já vem seguindo estes passos. Indústrias de alta tecnologia como Embraer, o centro de manutenção do Airbus da TAM, a fábrica de motores da Volkswagen e Audi instaladas na região têm, como expressiva quantidade de seus funcionários, alunos e ex-alunos da EESC e demais universidades de tecnologia próximas da localidade.

‘Com a parceria todos ganham: o empresário sai beneficiado com o desenvolvimento das máquinas e a universidade ganha ao diminuir o impacto social gerado com a possibilidade de novos empregos para operar estes equipamentos nacionais’, reforça Gomes de Oliveira.

Mais informações: (016)273-9393, pelo e-mail jfgo@sc.usp.br

Juliana Kiyomura Moreno – Agência USP