Padaria artesanal é o novo cenário das escolas estaduais

Lu Alckmin entregou kits de panificação para 77 escolas das regiões de Pindamonhangaba, Guaratinguetá e Taubaté

dom, 31/07/2005 - 15h48 | Do Portal do Governo


Pessoas preparando massa e enrolando pães foi o cenário encontrado por Lu Alckmin, presidente do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, na cozinha da Escola Estadual Prof. Alfredo Pujol, neste sábado, dia 30, em Pindamonhangaba. Ela esteve lá para entregar kits de Padarias Artesanais a 77 escolas estaduais das regiões de Pindamonhangaba, Guaratinguetá e Taubaté. São unidades de ensino que abrem as portas nos finais de semana à comunidade para atividades esportivas, culturais e de lazer, pelo Programa Escola na Família.

O preparo de pães em escolas estaduais nos fins de semana é uma cena cada vez mais comum no Estado. Ângela Maria Galdino, 50 anos, é professora da EE Mário de Assis Moreira Cesário. Ela atua como voluntária no curso de panificação e ensina receitas de pães, doces, bolos e patês às pessoas da comunidade. ‘Elas procuram o curso como uma atividade, mas acabam descobrindo que podem comercializar o que produzem’. Desta forma, muitas pessoas têm a oportunidade de aumentar a renda e de ter uma profissão, observa Ângela, que sente-se feliz em ajudar as pessoas que entram no curso. ‘Elas começam aos poucos e acabam saindo como profissionais’.

Capacitadora da mesma escola, Geralda Magela Barbosa, 47 anos destaca que o programa ensina a fazer pães que ‘cabem em qualquer bolso’. Ela explica: ‘As receitas são básicas. Quem prepara a massa pode incrementar com ingredientes baratos, como talos, cascas de legumes e frutas, ou mais sofisticados, como peito de peru, salames e queijos. Todos tem sabor especial, independente da receita’, comenta.

Sabor de pão caseiro também era um diferencial para Luzia de Oliveira, universitária, 33 anos. Ela não comia pães caseiros por não saber como eram produzidos. Foi convidada por uma amiga para ser uma das capacitadoras na Escola Estadual Eloyna Salgado Ribeiro, em Pindamonhangaba. Depois que aprendeu a fazer, não para mais de comer. ‘Descobri que não tem segredos. É saboroso e fácil de fazer’. Atualmente, Luzia vende os pães que produz e ainda ensina os familiares.

Com receitas diversificadas, baratas e fáceis, o curso de panificação artesanal chamou a atenção de muitas pessoas. Maria Marta Moreira é uma delas. Ela conta que fez o curso durante um mês, na EE Célia Keiko Ikeda, em Pindamonhangaba. Depois deste período, ela conta que sua vida melhorou. ‘Eu era triste e me sentia muito sozinha. Lá eu fiz novas amizades. Foi uma terapia para mim’, diz entusiasmada Maria Marta.

Para Lu Alckmin, além de capacitar, gerar renda e emprego, a instalação da Padaria Artesanal nas unidades de ensino visa aproximar a comunidade do convívio escolar, o que os leva a valorizar o patrimônio público, evitando a violência e a entrada de drogas na escola.

Atualmente, mais de 3.500 unidades de ensino (mais de 62%) estão equipadas com o kit em todo o Estado. Segundo a presidente do Fussesp, o objetivo é levar o Programa para toda a rede estadual de Educação.

Estavam presentes ao evento o Secretário Estadual de Educação, Gabriel Chalita, o prefeito de Pindamonhangaba, João Antonio Salgado Ribeiro, a primeira-dama, Maria Angélica Ribeiro e demais autoridades da Região.

Padarias Artesanais

O projeto Padarias Artesanais nasceu como uma das principais iniciativas do Programa de Geração de Emprego e Renda do Fundo Social. Tem como objetivos principais a capacitação profissional, a melhoria na qualidade da alimentação e, especialmente, a geração de emprego e renda. A panificação artesanal consiste na elaboração de pães por processos caseiros, sem a utilização de equipamentos especiais ou conservantes.

Para a viabilização do projeto são capacitadas, em todo o Estado, pessoas indicadas pelos fundos municipais e entidades cadastradas. Posteriormente, são entregues os kits de Padaria Artesanal, compostos por um forno de inox, batedeira, liqüidificador, balança, assadeiras de alumínio e um botijão de gás, doados pela iniciativa privada, ao custo unitário de R$ 800,00 a R$ 1.200, dependendo da fornecedora e da negociação do parceiro.

Na prática, cada entidade ou escola indica dois participantes que, após um dia de curso no Fundo Social, recebem um certificado da Secretaria da Agricultura e tornam-se multiplicadores nas suas comunidades, repassando as instruções recebidas. Ao todo, já foram capacitados mais de 14 mil agentes multiplicadores no Estado. Atualmente, há mais de 7 mil padarias implantadas em todo o Estado e em 2.500 entidades sociais e associações de favelas da Capital, cadastradas no Fussesp. Também já estão capacitadas cerca de 4.000 escolas do Programa Escola da Família que permanecem abertas nos fins de semana com atividades culturais, esportivas, de lazer e profissionalizantes. ‘O objetivo é levar para as 5.600 escolas. Essas programações são fundamentais, pois levam os pais para dentro das escolas, o que evita a entrada de drogas e a violência’, destacou a presidente do Fundo Social.

Christiane Rocha