Osesp: Maestro alemão Claus Peter Flor chega a São Paulo

Apresentações serão realizadas nos dias 18, 19, 20, 25, 26 e 27 de agosto

qui, 04/08/2005 - 9h26 | Do Portal do Governo

O principal regente convidado das Sinfônicas de Dallas e ‘Giuseppe Verdi’, de Milão, rege a Osesp em dois programas diferentes. O primeiro, nos dias 18, 19 e 20 de agosto, contará com a presença de quatro solistas brasileiros – as irmãs Edna e Ednéia d´Oliveira, respectivamente soprano e contralto; o tenor Marcos Thadeu e o barítono José Gallisa – para a apresentação da Missa nº5, de Schubert. O programa conta ainda com a Sinfonia nº 40, de Mozart. No segundo programa, dias dias 25, 26 e 27 de agosto, na Sala São Paulo, programa é composto pela abertura de A Flauta Mágica, de Mozart; cinco lieds de Richard Strauss e a Sexta Sinfonia de Tchaikovsky, também conhecida como Sinfonia Patética.

Regente – CLAUS PETER FLOR
Assumiu em 2003 a posição de principal convidado da Orquestra Sinfônica ‘Giuseppe Verdi’ de Milão e renovou recentemente o contrato como principal maestro convidado da Orquestra Sinfônica de Dallas. Nascido em Leipzig em 1953, estudou regência com Rolf Reuter, Rafael Kubelik e Kurt Sanderling. Aos 31 anos tornou-se diretor geral de música da Sinfônica de Berlim e, em 1988, debutou com a Filarmônica de Berlim. Foi o principal maestro convidado da Philharmonia de Londres e conselheiro artístico da Orquestra Tonhalle em Zurique. Apresenta-se regularmente com orquestras como a do Concertgebouw de Amsterdã, de Paris, do La Scala de Milão, da Ópera Estatal da Bavária, a Yomiuri de Tóquio, as sinfônicas de Viena, Bamberg e Londres; as filarmônicas de Roterdam e Munique; e as Orquestras da Rádio de Munique, Frankfurt, Hamburgo e Leipzig. Desde a estréia nos Estados Unidos com a Filarmônica de Los Angeles, trabalhou com as sinfônicas de Boston, Chicago, São Francisco, a Orquestra da Filadélfia e a Filarmônica de Nova York. Regeu produções de óperas na Europa e EUA. Dentre suas gravações destacam-se a Sinfonia nº10 de Shostakovich com a Concertgebouw, as sinfonias de Martinu com a Sinfônica de Berlim e Mendelssohn com a Sinfônica de Bamberg.


Dias 18, 19 e 20 de Agosto

Regente – Naomi Munakata começou a cantar aos sete anos no coral regido pelo pai e teve aulas de piano desde os quatro. Estudou ainda violino e harpa, o que lhe valeu a participação, durante sete anos, na Orquestra Jovem Municipal. Foi cantora e regente assistente de grupos como o Conjunto Coral de Câmara, o Coral Pró-Música Sacra e o Madrigal da Juventude. Em 1986, recebeu do governo japonês uma bolsa de estudos para o curso de aperfeiçoamento em regência da Universidade de Tóquio. Participou de cursos internacionais com maestros de renome, como John Poole, Caes Rottvell e Eric Ericson. Foi regente assistente do Coral Paulistano e, por sete anos, lecionou na Faculdade Santa Marcelina. Hoje, acumula as funções de professora da Faculdade de Artes Alcântara Machado e da Escola Municipal de Música (onde é também regente do coro), maestrina do grupo Vocal Farrambamba e regente do Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

Solistas – EDNA D’OLIVEIRA soprano
A soprano Edna D’Oliveira tem encantado a crítica e os fãs de ópera por todo o Brasil. Com aperfeiçoamento realizado na Royal Academy de Londres, Edna apresenta-se em locais como o Teatro Amazonas e a Sala São Paulo, onde apresentou a Missa em dó menor, KV 427, de Mozart. A peça de Mozart serve como exemplo de um repertório mais amplo, que vai até o século XX abrangendo autores como o inglês Benjamin Britten. Na ópera, entre seus principais papéis estão a Gilda, em Rigoletto (Verdi); Musetta em La Bohème (Puccini); Micaëla na Carmen (Bizet), ou Bess em Porgy and Bess (Gershwin). Além desses títulos, Edna colheu muitos elogios pela sua participação em montagens de L’Elisir d’Amore (Donizetti), Orfeo ed Euridice (Gluck), e nas produções consagradas de João e Maria, no Theatro Municipal de São Paulo, e A Valquíria (Wagner) durante o VI Festival Amazonas de Ópera. Em 2004 destacam-se as apresentações como Papagena (A Flauta mágica) e Norina (Don Pasquale). Em 2005 participa do musical O Fantasma da Ópera, além de outros diversos concertos na Suíça e no Brasil. Entre os prêmios recebidos, destaca-se o do 3º Concurso Nacional de Canto da Funarte.

EDINEIA D’OLIVEIRA contralto
Natural de Belo Horizonte, iniciou os estudos no Conservatório de Música da UFMG e na Fundação Clóvis Salgado. Bolsista da Fundação Vitae, fixou residência em São Paulo quando aprovada no Coro Lírico do Theatro Municipal dessa cidade. Bacharel em Canto pela Unesp, estreou como solista aos 18 anos no Concerto dos Cinco Continentes em Seul, Coréia do Sul, iniciando uma precoce carreira. Foi vencedora de concursos nacionais como Maria Callas, Jovens Solistas da Osesp, 3º Concurso Nacional de Canto Funarte e Concurso Nacional de Música Brasileira Francisco Mignone. Considerada pela crítica como ‘uma voz sem fronteiras’, atuou na montagem de várias óperas nos papéis de Lola (Cavaleria rusticana), La Frugola (Il Tabarro), La Zelztrice (Suor Angélica), A Sacerdotisa (Aida), M. Larina (Eugene Onieguin), Bianca (A Violação de Lucrecia), Giovanna (Rigolleto), Dido (Dido e Enéas), Laura (La Gioconda), Dalila (Sansão e Dalila), Jocasta (Oedipus Rex). A cantora tem em seu repertório obras de Verdi, Brahms, Mozart, Händel, Purcel, Monteverdi e Bach. Foi aprovada em recentes audições nos teatros La Fenice e Alla Scala de Milão, e também na Royal Academy of Music em Londres. Gravou com o grupo Brasilessência três CDs de música colonial brasileira.

MARCOS THADEU tenor
Considerado pela crítica especializada um dos melhores tenores do País, o mineiro Marcos Thadeu estudou com Sérgio Magnani, Berenice Menegale, Eládio Perez-Gonzáles e Hugo Silva, especializando-se em canto, piano e regência coral. Foi o maestro Carlos Eduardo Prates quem percebeu a extensão das possibilidades dramáticas da voz de Marcos Thadeu, convidando-o a integrar o elenco da ópera Carmen, de Bizet, no Palácio das Artes (Belo Horizonte). Atuou sob a regência de importantes maestros, como Michael Corboz, Eugene Kohn, Eleazar de Carvalho, Robert Shaw, David Machado e Sérgio Magnani, e apresentou-se ao lado de celebridades da cena lírica mundial, como a soprano Aprile Millo (em Andrea Chénier), Henrieta Davies (em Porgy and Bess) e Eva Marton (em Turandot). Professor de canto desde 1972, já revelou alguns dos mais talentosos cantores em atividade no Brasil, como as sopranos Clarice Maciel e Lílian Assumpção, o baixo-barítono Francisco Meira e o barítono Sebastião Teixeira.

JOSÉ GALLISA BAIXO
Presente nas principais montagens líricas nacionais e aclamado em palcos da Europa e Estados Unidos, o baixo mineiro José Gallisa destaca-se por interpretações como Nourabad em Les Pêcheurs de Perles (Bizet), Samuel em Un Ballo in Maschera, Lodovico e Montano em Otelo, Pistol no Falstaff e Commendatore em Don Giovanni. Com uma bolsa Virtuose, cursou pós-graduação em canto na Academia Real de Música de Londres, onde teve uma notável atuação como Bartolo, sob regência de Sir. Colin Davis. Venceu o I Prêmio Nacional de Canto (Ministério da Educação), bem como o Prêmio Carlos Gomes. Em 2003, participou do VII Festival Amazonas de Ópera, interpretando Fafner em Siegfried (Wagner), e cantou no Theatro Municipal de São Paulo na ópera-oratório Edipus Rex (Stravinsky). Em 2004, além de estrear a abertura da temporada operística no Rio de Janeiro como Zarastro em A Flauta mágica, fez seu debut na San Diego Opera (EUA) no Les Pêcheurs de Perles, onde retornará em 2005 e 2006 para Sansão e Dalila e Aida, respectivamente. Podemos destacar ainda em 2005 a participação no XI Festival Amazonas de Ópera no Anel dos Nibelungos, nas apresentações do Réquiem de Faurè em Genebra e na Missa nº 5 de Schubert, na Sala São Paulo.

Repertório – MISSA Nº 5 EM LÁ BEMOL MAIOR, D 678
FRANZ SCHUBERT – Viena (Áustria), 31 de janeiro de 1797 – Viena, 19 de novembro de 1828
– Duração aproximada: 45 minutos
– Ano da composição: 1819-22
– Schubert teve uma vida muito breve. Entretanto, nos seus 31 anos de existência instável e sofrida deixou um vasto legado de obras definitivas: sinfonias, quartetos de cordas, sonatas e cerca de 600 lieder. Sua produção religiosa não é extensa, constituindo-se, em sua maioria, de obras curtas. Destacam-se nesse panorama seis Missas, a primeira composta aos 17 anos e a última alguns meses antes de sua morte. A Missa em Lá bemol maior, também chamada Missa solemnis, passou por um longo processo criativo, tendo Schubert iniciado a composição em 1819. Apenas em setembro de 1822, porém, teve sua estréia, dirigida por Ferdinand Schubert, irmão do compositor em uma igreja no subúrbio de Viena. Ainda assim, mesmo depois da estréia, continuou Schubert revisando a obra, fazendo profundas modificações na sua estrutura e orquestração. Uma importante razão para tal dedicação a essa Missa é o fato de ter sido usada por ele no processo de seleção para o cargo de vice-mestre de capela da corte imperial austríaca, em 1826. O Kyrie apresenta uma das características principais das Missas de Schubert: o tratamento não-litúrgico da sintaxe do texto. Aqui, a razão para tal liberdade está na preocupação do compositor com a forma musical. O Gloria é brilhante, com alguns momentos de maior intensidade dramática. A fuga final foi uma das seções mais re-elaboradas pelo compositor. Ao ouvirmos essa imponente fuga, nos surpreendemos com a insegurança que teria levado Schubert, no último ano de sua vida, a iniciar aulas de contraponto com Simon Sechter, conceituado professor em Viena. O Credo apresenta um motivo solene constante, sempre introduzido pelos metais. O momento de maior concentração dramática de toda a Missa ocorre no Crucifixus, onde é possível visualizar o cortejo em direção ao calvário, explicitado pelos pungentes ritmos pontuados das cordas. No auge de tal dramaticidade surgem os solos das madeiras. O Sanctus tem suas três invocações iniciais apresentadas numa magnífica seqüência cromática de tonalidades. Segue-se o Pleni sunt caeli mais convencional, onde os trompetes dialogam com os sopranos. O curto Hosanna, várias vezes refeito pelo compositor, soa como uma alegre dança campestre. O Benedictus impressiona pela sua extensão, não incomum em missas de compositores austríacos desse período. O Agnus Dei surge de maneira plácida, com predominância do quarteto solista, com sutis interferências do coro. Schubert utiliza tessituras extremas para as vozes em sua Missa solemnis, à semelhança de seu ‘vizinho’ Beethoven -de quem nunca conseguiu se aproximar, por timidez- cuja Missa com mesmo título foi estreada em abril de 1824. Apesar da utilização de vozes solistas, é uma obra essencialmente coral. Na Missa, as tonalidades maiores dão um toque de alegria e esperança à composição.


Dias 25,26 e 27 de Agosto

Solista – HENRIETTE BONDE-HANSEN soprano
A soprano dinamarquesa concluiu os estudos de canto na Academia Real de Música de Copenhagen e, em 1995, ganhou o prêmio dos Críticos da Dinamarca. Ela já cantou no Concertgebouw e na Nederlandse Opera de Amsterdã, no Teatro Kongelige de Copenhagen, no Staatstheater de Stuttgart, na Companhia de Ópera Canadense, e nas óperas de Norske (Oslo), da Escócia, National La Monnaie de Bruxelas, National de Rhin-Strasbourg, National de Montpellier, de Nancy, de Lorraine e na National de Paris-Bastille. No campo vocal-sinfônico apresentou-se com orquestras como a Sinfônica da Rádio Nacional da Dinamarca, a Academy of St. Martin in the Fields, a Nacional da Finlândia, a Filarmônica de Oslo, a Filarmônica de Bergen, a Sinfonica de Milão ‘Guiseppe Verdi’, a Academia Internacional Bach e a Filarmônica da Radio França. Ela já trabalhou com regentes como Myung-Whun Chung, James Conlon, Adam Fischer, Manfred Honeck, Marec Janowski, Gérard Korsten, Andrew Litton, Fabio Luisi, Sir Neville Marriner, Kazushi Ono, Antonio Pappano, Helmut Rilling, Ulf Schirmer, Marc Soustrot e Ralf Weikert. Gravou canções de Frederic Delius com a Sinfônica Aarhus; Ivan IV de Bizet e Les Horaces et les Curiaces de Cimarosa com a Filarmônica da Radio France; além de uma série de operas de Mozart: Cinna em Lucio Silla, Aspasia em Mitridate e Aminta em O Rei Pastor com a Danish Radio Sinfonietta.

Repertório – A Flauta mágica, KV 620: Abertura
WOLFGANG AMADEUS MOZART – Salzburgo (Áustria), 27/01/1756 – Viena (Áustria), 5/12/1791
– Duração Aproximada: 7 minutos / Ano de Composição: 1791
– A maior parte da ópera A Flauta mágica foi composta entre maio e julho de 1791. A Abertura, porém, foi posta no papel dois dias antes da estréia, em 30 de setembro de 1791. Segundo Mozart, ela já estava ‘pronta na cabeça’. Os três acordes solenes iniciais reaparecerão depois da ária de Sarastro e na Marcha dos Sacerdotes. A atmosfera se transforma radicalmente, como num passe de mágica, com os violinos num tema vivaz. O mesmo tema é repetido por toda a orquestra e depois submetido a um desenvolvimento extenso. A Abertura é num estilo curioso, que combina as formas da fuga e da sonata, num fascinante misto de Barroco e Clássico, que na ocasião preparava o público para assistir não a uma ópera, mas a um ‘Singspiel’ com pequenas canções, solenes árias de baixo, coros místicos, propondo a regeneração da humanidade através da moral, segundo os propósitos da maçonaria. Uma atmosfera que nem por um momento nos sugere que Mozart vivia um momento de dívidas, solidão, doença, desespero e medo da morte próxima.

RICHARD STRAUSS – Munique, 11/06/1864 – Garmisch-Partenkirchen, 08/09/1949

  • Freundliche Vision, Op.48 nº 1
    Duração Aproximada: 4 minutos / Ano de Composição: 1918

  • Waldseligkeit, Op.49 nº 1
    Duração Aproximada: 5 minutos / Ano de Composição: 1918

  • Muttertaenderlei, Op.43 nº 2
    Duração Aproximada: 3 minutos / Ano de Composição: 1900

  • Meine Kinde, Op.37 nº 3
    Duração Aproximada: 2 minutos / Ano de Composição: 1897

  • Staendchen, Op.17 nº 2
    Duração Aproximada: 3 minutos / Ano de Composição: 1885-87

    O lied, a canção romântica alemã, tem suas raízes no século XVIII, quando a poesia alemã foi procurar inspiração nos textos populares e na canção foloclórica. Apesar de exemplos anteriores, como Mozart, seu primeiro grande representante é Schubert, que definiu o gênero. Essencialmente, trata-se de uma canção em que o acompanhamento de piano é tão importante quanto a parte cantada. O lied romântico alemão, é um gênero em que a voz é personagem de uma encenação criado pelo piano. Richard Strauss é o último representante importante dessa tradição. Ele compôs canções ao longo de toda a vida, tendo publicado a primeira aos 18 anos de idade. Ficou famoso muito cedo: aos 21 anos, já era saudado como o sucessor de Brahms e Wagner. Em 1894 ele se casou com a cantora Pauline de Ahna, e a maior parte de suas canções foram compostas entre 1895 e 1906, época em que sua esposa atuou profissionalmente. A maioria delas foi escrita para que ela as cantasse, com Strauss acompanhando ao piano. E muitas das canções que foram orquestradas o foram também com o intuito de impulsionar a carreira de Pauline. É o caso das 5 canções que integram este programa.

    SINFONIA Nº 6 EM SI MENOR, OP.74 – PATÉTICA
    PIOTR I TCHAIKOVSKY – Kamsko-Votkinsk (Rússia), 07/05/1840 – São Petersburgo (RUS), 06/11/1893
    – Duração aproximada: 46 minutos / Ano da composição: 1893
    – A Sexta Sinfonia foi considerada pelo próprio Tchaikovsky como sua obra-prima, opinião compartilhada pelo grande público que fez da Patética, como ficou conhecida, um verdadeiro hit do compositor russo. (Aliás, foi Modeste, um dos irmãos de Tchaikovsky, quem lhe deu este título, aplicando o sentido original da palavra: Intenso, tocante e até mesmo trágico.) Alternando a arte sinfônica tradicional com formas livres e conciliando o espírito cosmopolita ocidental com o nacionalismo russo, Tchaikovsky foi um dos mais populares compositores dentre os grandes nomes da música de concerto. Criou uma obra fortemente sentimental e romântica que, graças ao seu excepcional talento de melodista, tornou-se universal. Além disso, a capacidade de criar frases marcantes chegava fácil aos ouvidos do homem comum. A obra de Tchaikovsky, no entanto, é o espelho de sua vida. Tudo o que compôs resulta de oscilações sentimentais. A Sinfonia nº 6, era considerada por alguns sentimental demais, mas, ao mesmo tempo, uma obra que jamais deixará o ouvinte indiferente. Na Patética, Tchaikovsky parece travar uma batalha desesperada ou obsessiva contra os fantasmas que o perseguiram ao longo da vida. Para esses críticos, o compositor russo deixava-se levar muito mais pela emoção e pela capacidade de encenar seus sentimentos, do que pela disciplina de um compositor erudito. Talvez um dos agravantes tenha sido a utilização pouco usual para a época de movimentos centrais vivos, com encerramentos apoteóticos, em contraposição a um movimento final lento e com a última parte soturna. Contorcida, angustiada e fora dos parâmetros usuais da escrita sinfônica, a Sexta Sinfonia é, apesar disso, um exemplo típico do apelo da música de Tchaikovsky. Depois de escrever duas sinfonias solenes e trágicas o compositor parecia estar sentindo-se mais livre para compor uma sinfonia que, segundo ele, ‘refletia os seus sentimentos mais íntimos’. O sucesso foi enorme e com ela Tchaikovsky foi aclamado o ‘melhor compositor da música russa’, mesmo após a revolução comunista de 1917.


    Osesp – Mantida pelo Governo do Estado de São Paulo, a orquestra foi fundada em 1954 pelo maestro Souza Lima. Foi dirigida durante 24 anos por Eleazar de Carvalho e, a partir de 1997, por John Neschling. Em julho de 1999, instala-se definitivamente na Sala São Paulo, sede própria e marco de sua reestruturação. Além dos 30 programas e 100 concertos anuais em média na Sala São Paulo, turnês nacionais e internacionais e gravação de CDs com distribuição mundial, há também uma série de atividades fora dos palcos com o apoio da administração estadual. Entre elas estão o Centro de Documentação Musical, a Coordenadoria de Programas Educacionais e a Editora Criadores do Brasil.

    Coro da Osesp tem como objetivo a divulgação de obras do repertório coral-sinfônico e da literatura a cappella. Desde maio de 1995 sob a direção de Naomi Munakata, o grupo participou de inúmeros concertos com renomados regentes e orquestras, apresentando obras como Um Réquiem Alemão, de Brahms; os réquiens de Verdi e de Mozart; Carmina Burana e Catulli Carmina, de Carl Orff; Oratório de Natal e Paixão segundo São Mateus, de Bach; Choros nº 10, de Villa-Lobos; Maracatu do Chico Rei, de Francisco Mignone; e Chichester Psalms, de Leonard Bernstein, além do ciclo de óperas italianas de Carlos Gomes, em comemoração ao centenário da morte do compositor.