Orquestra Sinfônica do Estado encanta público norte-americano

Em turnê internacional inédita, Osesp se apresenta em 18 cidades dos EUA com sucesso de público e crítica

ter, 05/11/2002 - 15h47 | Do Portal do Governo

Eletrizante, emocionante, brilhante e intensa. Estes são apenas alguns dos adjetivos usados pela crítica norte-americana para definir a primeira turnê internacional de concertos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp).

O diretor artístico John Neschling e o regente associado Roberto Minczuk conduzem o grupo de 108 músicos em onze programas diferentes, mesclando clássicos do repertório mundial e obras de compositores brasileiros. Serão ao todo vinte concertos, cruzando os Estados Unidos de costa a costa, passando por 18 cidades. Nova Iorque, Los Angeles, Miami, Orlando e Atlanta, entre outras, estão na rota da orquestra. Acompanham a Osesp como solistas convidados, os violonistas do Duo Assad e a Banda Mantiqueira.

“Trata-se de um desafio pelo qual esperávamos desde a inauguração da Sala São Paulo. A responsabilidade que carregaremos nesses concertos nos enobrece e nos exalta. Tentaremos estabelecer com o público norte-americano a mesma relação que temos com o público paulista e brasileiro”, afirma o maestro Neschling.

O público norte-americano e a crítica internacional se renderam aos acordes da Osesp. Para o Financial Times, de Londres, “as primeiras apresentações da orquestra foram um enorme sucesso. O repertório é vasto, misturando peças populares aos grandes clássicos de compositores brasileiros”. O cardápio musical inclui peças de compositores populares como Chico Buarque de Hollanda, Pixinguinha, Tom Jobim e Zequinha de Abreu, e os clássicos Uirapuru e Bachianas brasileiras nº 4, de Heitor Villa-Lobos, Sinfonia nº 2 – Uirapuru, de Camargo Guarnieri, sinfonias de Johannes Brahms e Piotri Tchaikovsky.

“O poema Uirapuru trouxe luz e abrilhantou o concerto. Villa-Lobos explora as cores da orquestra e os músicos paulistas encantaram a platéia”, descreveu a crítica Susan Isaacs Nisbett, da publicação americana Ann Arbor News. Para William Glackin, do californiano The Sacramento Bee, a regência de Minczuk “molda estruturas de melodia na orquestra que remontam aos grandes cantores de ópera, refletindo a grandeza dos acordes”.

50 anos de história musical

Apesar de ter sido criada em 1953 pelo maestro Souza Lima, a trajetória da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo pode ser dividida em dois períodos. O primeiro vai de 1972 a 1996, quando foi conduzida pelo maestro Eleazar de Carvalho até sua morte. O segundo começa em 1997, com a liderança de John Neschling e tem características singulares.

Ao aceitar a direção artística da Osesp, Neschling impôs regras claras que visavam fazer do conjunto um paradigma no País e incluí-lo no cenário internacional: ele queria construir uma orquestra à altura de São Paulo. Após rígidos testes de seleção, o quadro de músicos foi modificado, admitindo jovens brasileiros e estrangeiros que se sentiam atraídos pela grandeza do projeto. Em julho de 1999, a Osesp ganhou sede própria na recém-construída Sala São Paulo, uma sala de concertos com qualidade acústica irrepreensível.

Adele Nabhan