Neste sábado, dia 29, às 15 horas, será realizado a cerimônia de abertura do programa ‘Laboratórios Organizacionais de Terreno’ (Lot), promovido pela Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert), desta vez no bairro da Pedreira, em São Paulo.
A iniciativa, vinculada ao Programa de Auto-Emprego (PAE), vai possibilitar a abertura de inscrições para os cursos de confeitaria, decoração de festas, fabricação de chinelos e bolsas, confecção de lingerie, culinária (salgados/congelados) e fabricação de produtos de limpeza.
Para o secretário da Sert, Fernando Leça, o PAE abre caminhos para quem realmente quer produzir. ‘O Programa chega para realmente atender as comunidades carentes do nosso Estado e ajuda a resgatar o poder de auto-gestão e a auto-estima dos trabalhadores. Por isso é tão bem-sucedido’.
Para o coordenador do programa, Keniti Aniya, mesmo os trabalhadores que não iniciaram empresas ou se associaram a cooperativas foram bastante beneficiados pela capacitação. ‘A formação viabiliza a reinserção no mercado’, diz ele.
Atualmente, em torno de mil trabalhadores participam de cinco laboratórios do PAE em várias cidades do Estado. Em abril deste ano, passaram pela capacitação cerca de 4.175 trabalhadores.
A meta final para esse ano é atender 15 mil pessoas. Segundo Aniya, isso será possível porque em 2002 o programa atuará com 140 técnicos, o dobro dos que trabalharam no programa no ano passado. Ao todo, já são 21 municípios atendidos no Estado de São Paulo.
O PAE fundamenta-se na tecnologia de ensino denominada ‘Capacitação Massiva’. Desenvolvido pelo sociólogo Clodomir Santos de Moraes, que a vem empregando em vários países da América Latina, como Guatemala e Costa Rica, o método é aplicado por técnicos que moram nas localidades atendidas durante os três meses de capacitação. O método possibilita uma aprendizagem dinâmica e prática, já a partir das inscrições no programa.
Em 60 dias, os desempregados já estão comercializando sua produção. Após pesquisa do Dieese para o PAE, a Sert criou este ano a Rede de Empreendedores Populares, que acompanha os negócios por 60 dias após o seu estabelecimento e oferece consultoria sempre que o novo empresário precisar de ajuda.
Os micro-empreendimentos têm ainda apoio do Banco do Povo Paulista, que abriu para eles uma linha de crédito especial. Este ano foi criado também o Centro Mondragon de capacitação, onde os novos empresários receberão orientação e apoio técnico para fortalecimento dos negócios.
O nome Mondragon homenageia a experiência de cooperativismo mais bem-sucedida do mundo. Fundada há mais de 50 anos, na Espanha, a instituição Mondragon conta atualmente com mais de 46 mil associados em 150 cooperativas e fatura por ano em torno de US$ 6 bilhões.
Perfil dos empreendedores
As confecções representam maioria das pequenas empresas formadas a partir do PAE, sobretudo porque a maior parte desses empreendedores (62%) são mulheres, que se sentem especialmente atraídas pela atividade. Porém há empresas já estabelecidas e operando também em vários outros ramos, como produção de velas e produtos de limpeza, bijuterias, bolsas, calçados e confeitaria.
A retirada líquida é baixa, no primeiro momento, cerca de R$ 600 mensais por empresa, que geralmente tem três a quatro sócios, mas há boa perspectiva de crescimento. Apesar da receita escassa, é curioso que 61% dessas pequenas empresas costumam pagar à vista seus fornecedores.
Data: 29 de junho de 2002
Horário: 15 horas
Local: Escola Estadual Tiago Alberione, Av. Ângelo Cristianini, 14/ 34, Bairro de Pedreira – São Paulo.
Rosana Araújo
da Secretaria do Emprego
