Onze novos presídios irão abrigar os prisioneiros da Casa de Detenção

Atual administração chegará a um recorde de 50 mil novas vagas no sistema penitenciário do Estado

ter, 22/01/2002 - 19h34 | Do Portal do Governo

A Casa de Detenção do Carandiru será completamente desativada até março de 2002, data prevista para se completar a transferência da população de mais de sete mil presos para as 11 novas unidades prisionais que já estão sendo construídas e entregues em todo o Estado.

Ficam mantidas apenas as unidades que abrigam a Penitenciária do Estado, prédio construído em 1920, a Penitenciária Feminina, o Hospital Central Penitenciário, o Centro de Observação Criminológica, a Escola Penitenciária, a farmácia e oficinas. A desativação vai liberar cerca de 200 mil metros quadrados de área para a cidade de São Paulo, incluindo um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica na área urbana da Capital.

As 11 novas penitenciárias, que tiveram investimentos de R$ 100 milhões, acrescentam ao sistema penitenciário mais 8.256 novas vagas. Serão nove Penitenciárias Compactas, com capacidade para 768 presos em cada uma delas, e dois Centros de Progressão Penitenciária (CPP), cada um com capacidade para receber até 672 presos.

“As novas penitenciárias tem três características: primeiro, mais segurança, com muralha, torre, guarde de muralha, controle com sistema de televisão digital, além de revista; segundo: o preso vai trabalhar e estudar, o que ajuda na sua reeducação; e terceiro, a participação das igrejas”, disse o governador Geraldo Alckmin nesta terça-feira, em entrevista após posse dos novos secretários de Estado. Para os presos mais perigosos, em menos de 30 dias estará funcionando uma penitenciária de segurança máxima em Presidente Bernardes, adiantou o governador.

Alckmin lembrou ainda que a atual administração, em sete anos, criou 33 mil vagas penitenciárias, superando tudo o que foi feito nos 105 anos anteriores, quando foram abertas 21 mil vagas. “Contando as penitenciárias fechadas, os Centros de Ressocialização, as Alas de Progresso Penitenciárias e os Centros de Detenção Provisória, chegaremos a um recorde de 50 mil novas vagas”.

Casa de Detenção

Inaugurada em 1956 pelo governador Jânio Quadros, a Casa de Detenção de São Paulo foi projetada para abrigar 3.250 presos. Reestruturada, sua capacidade máxima instalada elevou-se para 6.300 presos. Desde o ano de 1975, ela deixou de cumprir a sua destinação original de abrigar apenas os presos à espera de julgamento. No início da década de 90, chegou a ser iniciada a construção do Carandiru 2, um conjunto de esqueletos inacabados que abrigariam mais três mil detentos. Hoje, a população da Casa de Detenção oscila entre 7.000 e 7.500 presos, mas já chegou a ter picos de superlotação que ultrapassaram 8 mil presos.

Esse gigantismo fez com que a Casa de Detenção se tornasse um centro de problemas variados, servindo de exemplo dos defeitos da execução penal no Brasil, além de figurar como referência negativa para todo o sistema penitenciário.

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