Obras para evitar enchentes no Rio Tietê estarão concluídas antes do verão

Até o início do próximo ano, rio deverá receber muros de sustentação feitos de pedra e jardins nas margens

sáb, 10/07/2004 - 15h48 | Do Portal do Governo

As obras de rebaixamento de 2,5 metros da calha e alargamento do canal que o Governo do Estado vem realizando no Rio Tietê para evitar enchentes já estão dando resultados. Há dois anos, o rio não transborda. Essa etapa da obra deverá estar pronta antes do início do verão. O rio receberá ainda obras de acabamento, que são as paredes com gabião trabalhado (muro de sustentação feito de pedras arrumadas dentro de uma tela) e 25 quilômetros de jardins nas margens, pelo Projeto Pomar, que devem ser concluídos no início de 2005.

Porém, a partir do fim deste mês, a população poderá ter uma idéia de como ficará o Rio Tietê. O governador Geraldo Alckmin determinou que o jardim já comece a ser feito em um trecho da margem do rio, próximo ao Cebolão. A informação foi dada pelo governador neste sábado, dia 10, durante inauguração da Base Comunitária de Segurança, no bairro de Ermelino Matarazzo, na Zona Leste da Capital.

Os jardins serão feitos na área que era utilizada para depósito do material assoreado. ‘Na realidade, não existe mais Rio Tietê. O que há é um canal de engenharia, porque o rio foi retificado entre a barragem da Penha e o Cebolão. Nesse canal de engenharia, os afluentes, por não ter mais mata ciliar, trazem muito material assoreado’, explicou o governador. Com a força das chuvas, são depositados no rio areia e sujeira, havendo a necessidade permanente de limpar o rio. O material assoreado é colocado na margem do rio para secar durante o dia e ser transportado por caminhões à noite.

Com a construção da eclusa no Cebolão, esse material passará a ser transportado por barcaças.

‘A cidade ganha o combate à enchente, com o rebaixamento da calha, e na auto-estima, com os jardins’, enfatizou Alckmin.

Obra auxiliará em toda a macro-drenagem da cidade

O governador destacou ainda que a obra é importante não apenas para que o Tietê não transborde, mas vai auxiliar em toda a macro-drenagem da cidade, permitindo que os afluentes, como o Tamanduateí, Aricanduva, Pinheiros e Cabuçu, deságüem mais facilmente no Tietê.

De acordo com Alckmin, o prazo de recorrência do rebaixamento da calha do Tietê é de 100 anos. ‘Só uma chuva que, na análise histórica, ocorreria a cada 100 anos causaria enchente’, explicou.

O governador destacou ainda que as obras que estão sendo realizadas de coleta de esgotos devem melhorar, em dois anos, a questão da poluição do rio.

Alckmin lembrou que a conclusão das obras de rebaixamento da calha do Tietê estava prevista para agosto deste ano. ‘Estamos procurando fazer a obra com o menor custo possível, então, o material assoreado era levado para Carapicuíba, que é um local próximo. Fomos impedidos de colocar o material lá. E se tivéssemos que levar o material para longe, teríamos um custo de quase R$ 100 milhões a mais. Então, tivemos que reduzir o ritmo das obras enquanto a liminar não era cassada. Ganhamos na Justiça, mas a obra acabou atrasando um pouco. Mas o importante é que antes do verão a calha estará pronta’, explicou.

Cíntia Cury