Obras de engenharia vão beneficiar mais de 560 famílias quilombolas

Comunidades no Vale do Ribeira vão receber investimentos de mais de R$ 1 milhão

qua, 26/12/2001 - 11h38 | Do Portal do Governo

Uma série de obras de engenharia vai impulsionar o desenvolvimento de 561 famílias das comunidades remanescentes de quilombos do Vale do Ribeira, no início de 2002. Orçados em R$ 1,3 milhão, são projetos como a construção de um centro de recepção de visitantes, a instalação de um teleférico para transporte de bananas e a construção de um prédio para fábrica de doces, todos financiados pela Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp).

Inédito em áreas quilombolas, o centro de recepção de visitantes a ser construído em Ivaporunduva, município de Eldorado, tem o objetivo de atrair turistas interessados em ecologia e no contato com a cultura quilombola. “É muito mais que uma simples pousada: é um centro para a recepção de turistas, que vai contar também com áreas para a apresentação da cultura quilombola e servir como local de realização de congressos e seminários”, explica o assessor especial para Quilombos e Outras Comunidades Tradicionais do Itesp, Marcos Gamberini.

No valor aproximado de R$ 240 mil, o processo de licitação para a construção do centro de visitantes, que deve beneficiar 350 famílias, está em fase inicial. Na mesma fase está o processo para implementação de um teleférico que vai facilitar o transporte da produção de bananas, também na comunidade de Ivaporunduva. O teleférico, que vai cruzar o Rio Ribeira de Iguape, tem um custo de cerca de R$ 25 mil.

As comunidades quilombolas de Morro Seco, em Iguape, e de Mandira, em Cananéia, vão ganhar centros comunitários. A construção desses centros, que foi iniciada no começo de dezembro, deve estar concluída em fevereiro de 2002. Centros comunitários também serão construídos em Pedro Cubas e Galvão, comunidades localizadas em Eldorado. Nesses casos, o processo de escolha da empresa construtora está em andamento. Galpões de múltiplo uso serão construídos nas comunidades de Nhunguara e Pilões, município de Iporanga. As famílias produtoras rurais quilombolas vão poder utilizar esses galpões em atividades sociais e para armazenagem da produção e insumos. Servirão também como abrigo de máquinas agrícolas.

Oficinas, fábrica, energia e quadras

Oficinas de artesanato serão construídas nas comunidades de São Pedro e Sapatú, em Eldorado, para o incentivo de atividades sociais e comerciais ligadas à produção artesanal. A homologação dos contratos de construção dessas oficinas ocorre ainda em dezembro.

Com o mesmo objetivo das oficinas, será implementado um centro de artesanato em André Lopes, comunidade também localizada em Eldorado. Ao todo, esses três espaços para o artesanato vão custar R$ 124 mil. O processo de licitação está em fase de análise das propostas dos concorrentes.

A comunidade de Sapatú vai ganhar, além da oficina de artesanato, um prédio para instalação de fábrica de doces de banana. O Itesp já assinou contrato para a construção da obra, conforme publicado no Diário Oficial do Estado do último dia 6. Com a fábrica, a produção de doces de mais de 300 famílias vai ser padronizada e ganhar maior valor, aumentando a renda da comunidade. A construção da fábrica tem início previsto para a primeira quinzena de janeiro.

Orçada em R$ 76,7 mil, foi iniciada na última semana a instalação de um ramal de energia elétrica na comunidade remanescente de quilombo de Maria Rosa, em Iporanga. O término da instalação é previsto para o mês que vem. Além disso, serão entregues sete quadras poliesportivas nas seguintes comunidades quilombolas do Vale do Ribeira: Sapatú, André Lopes, Mandira, Morro Seco, Pedro Cubas, Ivaporunduva e São Pedro. As quadras vão proporcionar saúde e lazer para 400 famílias. O início da construção das quadras é previsto para a primeira quinzena de janeiro, de acordo com o gerente de Infra-estrutura e Meio Ambiente do Itesp, Luiz Antônio Marques.