A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), a maior detentora das concessões de rodovias no Brasil, abriu na manhã desta sexta-feira, dia 1º de fevereiro, o chamado Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo.
A abertura foi marcada pelo lançamento de ações ordinárias equivalentes a 20% de seu capital, segundo os critérios fixados pela Bovespa para esse segmento de negócios. A cerimônia teve a presença do vice-presidente da República Marco Maciel e governador Geraldo Alckmin.
Basicamente o Novo Mercado difere do convencional por submeter as empresas a determinadas exigências, como oferta apenas de ações ordinárias (as que dão direito a voto) e a chamada boa governança corporativa (que implica apresentação de balanço anual com demonstrativos de fluxo de caixa, revisões especiais de auditoria, informações de atos e contratos da empresa e suas relações, disso resultando mais transparência administrativa como garantia de proteção ao investidor minoritário). Uma câmara arbitral funcionará na Bolsa para eventuais conflitos entre acionistas.
A Bovespa implantou as regras do Novo Mercado há um ano, mas por enquanto só a CCR foi admitida em sua listagem. Segundo informou o presidente da Bolsa, Raymundo Magliano Filho, outras três devem ser admitidas ainda este ano.
Ele atribuiu a demora na adesão ao sistema à crise financeira internacional e às dificuldades de as empresas brasileiras se adaptarem a mecanismos administrativos mais abertos.
A CCR detém 100% da concessão do Sistema Anhangüera-Bandeirantes, pela AutoBan. Segundo a diretoria da empresa informou na cerimônia na Bolsa, os recursos dos negócios em pregão serão aplicados em projetos voltados ao crescimento da empresa e em melhoria das concessões.
A concessão da AutoBan tem prazo de 20 anos e abrange 316,8 quilômetros. A CCR também gerencia a NovaDutra, a Rodonorte (no Paraná), a Ponte Rio Niterói e a Via Lagos (no Rio).