Novas penitenciárias aquecem economia de cidades do interior

De janeiro até março deste ano, o Governo de São Paulo já abriu 2.604 novas vagas prisionais

qui, 24/03/2005 - 10h03 | Do Portal do Governo


Nas próximas semanas, a pequena cidade de Irapuru, no oeste paulista, vai receber uma penitenciária estadual. E boa parte de seus 7.500 habitantes está comemorando. Apesar de ainda encontrar resistência, a construção de presídios já é encarada como uma alavanca de crescimento econômico para pequenos municípios, que também ganham um reforço no policiamento.

Irapuru, a 640 quilômetros da capital, vive hoje da agropecuária: café, gado de corte, algodão, amendoim, uva e maracujá. “Mesmo assim, o município é carente. Com a penitenciária vamos melhorar a economia da nossa cidade”, comentou o prefeito Antônio Donizete. A cidade arrecada cerca de R$ 400 mil por mês.

O prefeito diz que o interesse em instalar uma unidade prisional na cidade surgiu depois que se constatou a melhora na economia e na qualidade de vida dos moradores das cidades vizinhas de Pacaembu e Juqueirópolis, que receberam penitenciárias em 1998. “Tanto é que já temos o interesse de ter outra penitenciária em nosso município”, disse Donizete.

Os comerciantes locais estão animados. “Estamos investindo em novos equipamentos para aumentarmos a nossa produção”, comentou Tânia Saia, proprietária da Padaria 9 de Julho. Ela afirmou que conhece muitos comerciantes de outras cidades que se deram bem com a chegada dos presídios. “Aqui não vai ser diferente. Antes mesmo de ser inaugurada, já melhoramos o nosso faturamento”, disse ela.

O proprietário do Bazar e Papelaria Brasília, Manuel Marcos Lugam, está ansioso com a chegada do presídio. “Vamos investir no estoque de mercadoria para atendermos melhor os funcionários do presídio e os familiares dos presos”.

A Penitenciária Compacta de Irapuru terá capacidade para 768 presos. Duzentos funcionários vão trabalhar na nova unidade.

Reginópolis prospera com Penitenciária Compacta

Depois da inauguração das Penitenciárias Compactas I e II, na cidade de Reginópolis, região de Bauru, em outubro de 2004, os comerciantes estão comemorando o aumento no faturamento e investindo na ampliação dos negócios. É o caso de Ovídio Lázaro Júnior, dono do Supermercado Caravela. “Já fiz uma reforma, comprei duas geladeiras e outros equipamentos para atender melhor os funcionários da cadeia e as famílias dos presos”, comentou. Ele informou que antes da inauguração, eram vendidos apenas 40 pães por dia. “Hoje vendemos 200 e aos sábados, dia de visitação, vendemos quase o dobro”, disse o comerciante.

“A cidade está crescendo. Até um hotel pequeno já está sendo construído em Reginópolis”, afirmou Amarildo Gil Mariane, dono do posto de gasolina Cristolux. “Apesar da forte resistência dos comerciantes, hoje estamos colhendo bons frutos. O número de carros que vem para a cidade aumentou e com isso dobrou o meu faturamento’, disse.

O município de Reginópolis possui 5.000 habitantes. O presídio abriga atualmente 900 presos e conta com 190 funcionários diretos.

De janeiro até março deste ano, o Governo de São Paulo já abriu 2.604 novas vagas prisionais, sendo 768 em Marabá Paulista, 768 em Flórida Paulista, 768 em Tupi Paulista, 192 em Atibaia e 108 em Bauru. O objetivo do Governo paulista é criar até o final de 2006, 12.994 novas vagas.

Macedo Júnior