Nova técnica para transplante de rins aumenta em 30% a chance de sucesso

Paciente terá mais qualidade de sobrevida com menos quantidade de droga anti-rejeição

sáb, 05/01/2002 - 10h31 | Do Portal do Governo

Paciente terá mais qualidade de sobrevida com menos quantidade de droga anti-rejeição

As quase 10 mil pessoas que aguardam transplante renal, em São Paulo, passaram a contar com um processo mais ágil de atendimento que também oferece 30% a mais de chance de sucesso pós-operatório. A Secretaria de Estado da Saúde implantou norma obrigatória de tipagem de antígenos (anticorpo) dos glóbulos brancos para minimizar os riscos de rejeição do órgão.

A nova técnica vai permitir o conhecimento dos tipos de glóbulos brancos dos órgãos doados para que eles sejam transplantados no receptor mais compatível, ou seja, o que tem menos possibilidade de apresentar rejeição. “Estamos passando para um critério tecnicamente melhor que vai garantir mais chance de sucesso ao transplantado sem exigir dele a necessidade de grande ingestão de medicamentos anti-rejeição”, destacou o secretário estadual de Saúde, José da Silva Guedes.

O atendimento mais rápido aos pacientes que estão na fila de espera foi outro dos benefícios trazidos pela tipagem. Guedes explicou que, ao entrar em processo de rejeição, o paciente transplantado tem prioridade para nova cirurgia, uma vez que a demora do procedimento provoca o óbito. “Com indicações mais precisas sobre a compatibilização entre órgão e receptor, os pacientes terão melhor qualidade de atendimento e quanto menos precisarmos fazer retransplante mais depressa nossa fila vai andar”, observou.

O secretário lembrou que São Paulo foi o primeiro Estado brasileiro a organizar uma Central de Transplantes com muita capacidade e presta o mesmo atendimento a ricos e pobres. Ele lamentou a impossibilidade de diminuir o “tamanho da fila” a curto prazo, em razão de ainda não existirem equipes suficientes para atender a demanda. “Por isso, temos um interesse muito grande em preparar cada vez mais equipes e mais locais onde se possa realizar mais transplantes. Hoje, os transplantes deixaram de ser objeto de pesquisa científica para ser uma efetiva técnica de tratamento.”

Ercília Della Méa